Por Itasat
O Ministério da Saúde suspendeu o contrato de compra de vacinas Coronavac com o Butantan. Com isso, o instituto paulista passa a produzir o imunizante, desenvolvido pela farmacêutica chinesa Sinovac, para fornecimento a outros países que possuem contrato vigente, além de estados, como Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso, Pará e Piauí.
A informação foi divulgada pelo diretor do Butantan, Dimas Covas, que lamentou a decisão da pasta federal. "A não incorporação da CoronaVac como terceira dose é um erro do Ministério", afirmou.
Na avaliação de Covas, como a maioria da população adulta foi vacinada com imunizantes que utilizam a proteína S (spike) do vírus, aplicar a dose de reforço nesses públicos com uma vacina com o vírus inativo — como é o caso da Coronavac — seria importante.
"Há muito pouco acréscimo do ponto de vista de estímulo imunológico você simplesmente mudar o fabricante se o princípio vacinal é o mesmo. Haveria necessidade de usar um princípio vacinal que, além da proteína s, contenha também as outras proteínas do vírus. E a única vacina que tem isso é a CoronaVac", ponderou.
Opinião divergente
O diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, infectologista Renato Kfouri, pensa diferente. Na avaliação dele, o país já tem um aporte maior de outras vacinas e a CoronaVac pode ser substituída ou complementada por outros imunizantes.
"Em um primeiro momento a utilização das vacinas contra a covid-19 obedeceu a lógica de chegada. A Coronavac cumpriu um enorme papel. Foi a primeira vacina que nós recebemos. Boa parte da população se protegeu da pior onda que nós enfrentamos com a chegada dela", completou.