Por Itasat
Com as redes sociais, surgiu o trabalho de influenciador digital, que estourou nos últimos anos. Mas, ganhar dinheiro por meio da internet, não é tarefa tão fácil. Para a influenciadora Bella Falconi, é preciso ter responsabilidade e, principalmente, um propósito.
A mineira influencia no Instagram, sobretudo, mulheres, sendo a maioria casadas e cristãs. Atualmente, ela tem 4,1 milhões de seguidores na plataforma, mas, durante a pandemia, resolveu investir no TikTok.
“Paguei língua, porque sempre achava a plataforma de adolescente, ficar dançando. Eu falei: quer saber? Vou fazer também. Lá, eu tenho quase 1 milhão de seguidores, foi bem legal, no início de um ‘boom’”, admitiu a influenciadora. Sobre o Facebook, ela acredita que a rede já está “bem aposentada” e que as pessoas estão usando pouco.
Bella explicou que não se importa em ser chamada de blogueira, mas destacou que a profissão é de quem tem blog.
“Pra você ser blogueiro, você tem que ter um blog, que é um trabalho quase que jornalístico”, diz.
Conteúdo para as redes sociais
A influenciadora disse que considera as redes sociais como um “grande laboratório”, onde é necessário fazer testes e analisar o que dá certo e o que não dá. “Às vezes o que eu posto achando que vai ‘flopar’ [quando não se obtém o resultado esperado], dá super certo. Então a gente vai estudando. Eu pesquiso a minha audiência quase que mensalmente”, contou Bella.
Atualmente, duas pessoas trabalham com ela, incluindo sua irmã, que cuida de toda a agenda de postagem. “Ela separa certinho, obviamente que isso tem as solicitações da parte do contratante, às vezes um quer na quarta, outro quer na quinta”.
Já a outra pessoa que trabalha com a influenciadora cuida do conteúdo, realizando pesquisas no Google e procurando tendências que estão em alta nas redes sociais. “Pra gente falar um pouco mais sobre o tema que as pessoas querem escutar, isso ajuda demais, mas quem produz tudo sou eu”.
A especialista em marketing digital Laila Ferreira explica que a monetização no Instagram ocorre “a partir de uma publicidade externa”, podendo ser pelo feed ou stories. E, para quem está lançando produtos, conforme ela, a plataforma é “o maior meio de comunicação”.
Bella revela também que faz outros investimentos, com ajuda do seu marido Ricardo Maguila, no mercado financeiro. “Eu não entendo muito. Meu marido que entende mais. Então a gente tem investido muito nesse ramo e estou para lançar dois projetos grandes que eu já venho trabalhando neles há algum tempo, também empresas”.
O pioneirismo é um dos elementos destacados por Bella para que a pessoa tenha sucesso na profissão. “Não existe receita de bolo”, confessa.
“Eu fui a primeira brasileira a ter rede social. Eu morava nos Estados Unidos. Não existia Instagram aqui no Brasil. Então quando o Instagram explodiu aqui no Brasil, eu acho que isso foi no final de 2012 ou início de 2013, eu já era bastante conhecida nos Estados Unidos, já tinha bastante seguidores na época”, afirma.
Novos influenciadores digitais
Para a influenciadora, a dica mais importante para quem quer entrar para este universo é ter um propósito.
“Porque influência sem propósito não é influência. Influência sem propósito é simplesmente compartilhamento de informação. Então você precisa ter um propósito, você precisa entender o porquê que você quer influenciar pessoas e entender acima de tudo que é um trabalho de muita responsabilidade social. Tem um público muito extenso entre crianças e adolescentes. Então, tem sempre que ter muita responsabilidade em tudo que for falar e não deixar de estudar”, orienta.
Guia de publicidade para influenciadores
Para evitar que influenciadores caiam em golpes em postagens publicitárias, parcerias e permutas, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) criou no final do último ano o “Guia de Publicidade Para Influenciadores Digitais”.
O documento reúne orientações para aplicação das regras do código ao conteúdo comercial em redes sociais. Uma delas é identificar a publicação com ”tags”, como “publi” e “publiposts”, mostrando que aquele conteúdo foi monetizado e principalmente para resguardar o consumidor, que poderá fazer denúncias através do site do Conar. Desta forma, ele fiscalizará e penalizará influenciadores que não obedecerem ao código de ética.
O Conar tem três penalidades possíveis: a sustação do anúncio, a sua alteração caso seja apenas uma frase, foto ou ilustração que seja considerada antiética ou ainda uma advertência ao anunciante, agência e, se for o caso, ao próprio influenciador.