Por Itasat
Após o Ministério da Saúde abrir uma consulta pública sobre a vacinação de crianças contra a covid-19 no Brasil, o Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais (CRF/MG) divulgou uma nota, nesta terça-feira (22), em que manifesta preocupação em relação ao posicionamento do Governo Federal de não iniciar imediatamente a vacinação da faixa etária entre 5 anos e 11 anos.
O debate ocorre após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizar, no último dia 16, o uso da vacina da Pfizer em crianças de cinco a 11 anos. Em adolescentes, o imunizante já é aplicado. Segundo a pasta, a consulta ficará aberta até 16 de janeiro. O governo alega que o período é para que "sejam apresentadas contribuições, devidamente fundamentadas".
Em nota, o CRF de Minas disse que repudia a atitude do Governo Federal e pede a sociedade, de modo geral, a manifestar a posição favorável à compra das doses para vacinar e proteger as crianças brasileiras o mais rapidamente possível.
A entidade de farmácias afirma ainda que não há necessidade de se colocar esse tema tão importante para ser decidido em uma consulta pública.
Vacinação é alvo de resistência do governo federal
A vacinação de crianças enfrenta resistência do governo federal. Em seguida à aprovação da Anvisa, o Ministério da Saúde pregou cautela para liberar a imunização do grupo. Conforme o ministro Marcelo Queiroga, a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Pasta analisa o tema.
Uma decisão pode ser anunciada em 5 de janeiro. "Queremos discutir esse assunto de maneira aprofundada, porque isso não é um assunto consensual. Há aqueles que defendem há os que defendem de maneira entusiástica, há os que são contra, então a gente tem que discutir", disse Queiroga.
Mesmo com aval da Anvisa, cabe ao governo federal fazer a compra das vacinas pediátricas contra covid e decidir sobre sua inclusão no Programa Nacional de Imunização (PNI). A vacinação de crianças encontra respaldo nas evidências apresentadas até aqui pela Pfizer, que passaram por escrutínio de diferentes agências reguladoras internacionais.