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ATINGIDOS PELA VALE

Indígenas protestam em ferrovia na Grande BH e Justiça determina desocupação

Indígenas das etnias Pataxó e Pataxó Hã-Hã-Hãe foram atingidos pelo rompimento da barragem da Vale e bloqueiam linha férrea desde a última terça (25)

28/01/2022 08h49
Por: Redação

Por Itasat

A Justiça determinou no fim da tarde desta quinta-feira (27), que indígenas das etnias Pataxó e Pataxó Hã-Hã-Hãe desocupem o trecho de uma ferrovia, que pertence à MRS Logística, na altura do município de São Joaquim de Bicas, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Os indígenas ocuparam a linha férrea na última terça-feira (25), quando completaram três anos desde o rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, da Vale, na cidade de Brumadinho. 

De acordo com a decisão da juíza Tatiane Turlalia Mota Franco Saliba, da Comarca de Igarapé, os indígenas deveriam deixar o local imediatamente, "sob pena de desocupação compulsória", caso permaneçam no local. A liminar foi concedida em favor da MRS, que disse ter sido "supreendida com manifestações voltadas à paralisação do trecho ferroviário/passagem". 

De acordo com a empresa, os indígenas informaram que só deixariam o local após a presença de representantes da Vale, do Ministério Público Federal (MPF), da Defensoria Pública, da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Prefeitura de São Joaquim de Bicas. 

"Além de afetar o tráfego ferroviário, a permanência dos requeridos no local é capaz de ensejar acidentes e expor a risco a integridade física da população e dos próprios indígenas", diz trecho da sentença.

Atingidos

Indígenas que protestam desde a última terça-feira (25), na linha férrea vivem na aldeia Naô Xohã, em São Joaquim de Bicas, e foram atingidos pelo rompimento da barragem da Vale. Com a contaminação do rio Paraopeba pela lama de rejeitos tóxicos que desceu da barragem, os indígenas perderam a principal fonte de subsistência. 

Em janeiro deste ano, a aldeia ficou completamente alagada depois que o nível do rio subiu em decorrência das fortes chuvas. Desalojados e com medo da contaminação, eles deixaram a comunidade.