Por Itasat
A Polícia Civil prendeu nesta quarta-feira (2), mais dois suspeitos da morte da dentista Adriana Duarte Oliveira, de 47 anos. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão e de prisão nos bairros Jardim dos Comerciários, Piratininga e Califórnia, todos em Belo Horizonte.
De acordo com a PC, um dos detidos era o empreiteiro contratado pela dentista e o outro trabalhava como pedreiro. Os dois prestavam serviço para Adriana na construção de uma casa em Itambé do Mato Dentro.
Segundo o delegado Fabio Werneck, titular da Delegacia Especializada de Homicídios Ribeirão das Neves, a morte da dentista pode ter sido motivada por um desentendimento na negociação entre os trabalhadores e a vítima com relação a obra da casa.
“Os motivos ainda não estão totalmente esclarecidos, mas o que a gente já apurou é que eles estavam tendo problemas negociais sobre os valores que estavam sendo pagos para a realização do serviço, e a vítima estava insatisfeita com o empreiteiro e estava pensando em colocar no lugar dele um outro pedreiro que trabalhava junto. Precisamos ainda ouvir esses dois indivíduos que foram presos hoje, precisamos analisar o conteúdo dos celulares, mas o que a gente trabalha é com um desentendimento negocial. Inclusive há a informação de que a vítima cobrou deles comprovantes de compras”, disse.
O delegado disse que a polícia ainda investiga o envolvimento dos dois presos nesta quarta-feira no crime. Os investigados serão ouvidos.
Nenhum dos dois tinham passagens pela polícia.
Outros presos
Em dezembro de 2021, mãe e filho, de 42 e 22 anos, também foram presos suspeitos de envolvimento no crime. A polícia chegou até eles após a análise de câmeras de segurança de locais perto de onde o carro da vítima foi abandonado.
Ainda não se sabe o papel de cada um deles no crime, mas a impressão digital do jovem de 22 anos, que é servente de pedreiro e também trabalhava na obra em Itambé do Mato Dentro, foi encontrada no apartamento da vítima. O local foi revirado e um cofre foi aberto.
A família da dentista não soube precisar o que foi levado, mas há a confirmação de que pelo menos notas e moedas estrangeiras foram furtadas.
“A mãe apresenta uma versão contraditória, mas indica o envolvimento do filho. Ela estava junto com ele quando o carro foi abandonado. A hipótese que nós trabalhamos é que ela auxiliou pelo menos com o planejamento da situação”, explica o delegado.
As digitais coletadas no apartamento ainda estão sendo analisadas e serão comparadas também com as dos presos nesta quarta-feira.
A PC acredita que não tenham mais envolvidos no crime.
Crime
O corpo de Adriana Duarte Oliveira foi encontrado carbonizado na noite do dia 26 de novembro, em um local ermo Ribeirão das Neves.
A vítima foi vista pela última vez na noite de 25 de novembro, quando imagens da câmera de segurança mostraram a dentista saindo de seu apartamento, no bairro Letícia. O veículo foi encontrado em Ribeirão das Neves, no fim da tarde do dia 26, e o corpo foi localizado horas depois.
Conforme o delegado Fabio Werneck, o laudo na necropsia indica que a vítima morreu por causa das queimaduras. Não há suspeito de violência sexual e não foram encontradas marcas de outras lesões no corpo. “Não há descrição de outro tipo de lesão, o que não indica que não tenha. O corpo estava muito queimado, pode ser que essas queimaduras tenham prejudicado a análise pericial”, explica.