Por Itasat
A Polícia Civil concluiu, nesta quarta-feira (16), o inquérito que investigou a morte de uma psicóloga, de 37 anos, encontrada no porta-malas de seu próprio carro em agosto do ano passado, em Pouso Alegre, no Sul de Minas. As investigações apontaram que ela cometeu suicídio e tentou simular um homicídio.
Conforme a polícia, a causa da morte foi asfixia e intoxicação, depois dela ter se trancado no porta-malas do veículo. O inquérito foi encerrado e será arquivado junto à Justiça.
O corpo da psicóloga foi encontrado, na manhã do dia 22 de agosto de 2021, pelo marido. Ela usava trajes de ciclista e estava com as mãos amarradas, de forma frouxa e simples.
Durante as investigações, a perícia não identificou evidência de violência, e a chave do carro estava junto ao corpo. A casa também não apresentava indicativos de arrombamento nem faltava qualquer objeto.
O delegado responsável pelo caso, Rodrigo Bartoli, explica que fato se tornou complexo porque, de acordo com os sinais, a psicóloga teria tentado simular outra situação que explicasse sua morte. “Ela buscou despistar o marido e amigos com informações, como um passeio de bicicleta que faria e que estava na rua e havia sido assediada por estranhos. Os levantamentos comprovaram que ela não havia saído de casa”, esclarece.
As apurações da PC confirmaram os registros de chegada e localização do marido, por meio de câmeras de segurança do bairro, radar da rodovia e pela localização do celular. Diante disse, o homem deixou de ser considerado suspeito de envolvimento na morte da psicóloga.
Além disso, a polícia apurou que a mulher havia desmarcado um paciente que atenderia naquela semana, dizendo que iria para Bauru, em São Paulo, no fim de semana, viagem que não fez.
Ainda no percurso das investigações, a PC verificou nos registros de mensagens enviadas ao marido no dia do fato, que ela informava a satisfação por ter estacionado o carro de ré pela primeira vez, e estava saindo para pedalar com uma bicicleta emprestada tipo speed para a cidade de Borda da Mata.
“De acordo com as conclusões obtidas pela Polícia Civil, as mentiras contadas foram para criar álibi e evitar que o marido questionasse a bicicleta dela, da modalidade mountain bike, em casa, mesmo ela dizendo que sairia para pedalar”, revela Bartoli.
Os investigadores analisaram também os cadernos, anotações e agendas da mulher. O material foi encontrado na casa dela, e o conteúdo pode apontar para predisposição ao suicídio e claros indícios de depressão.
Em janeiro do mesmo ano, a vítima havia tentado suicídio, de acordo com registros médicos, mas foi encontrada a tempo pelo marido.