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Polícia desarticula grupo criminoso que clonou cerca de 3,3 mil viaturas do Exército

Ação da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) identificou 10 mil fraudes veiculares

24/02/2022 10h08
Por: Redação

Por Itasat

A Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) deflagraram, na manhã desta quinta-feira (24), a operação Fiat Lux, para combater crimes contra o sistema veicular brasileiro. A força-tarefa identificou 10 mil adulterações em veículos. Desse montante, mais de 3.300 fraudes ocorreram em viaturas do Exército Brasileiro.

De acordo com o governo federal, mais de 400 policiais federais e rodoviários federais cumprem 82 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão em 11 estados, sendo eles: São Paulo, Minas Gerais, Tocantins, Pará, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraíba, Ceará, Paraná, Pernambuco e Maranhão. 

A pedido da PF, o Poder Judiciário determinou o afastamento das funções de 95 servidores do Detran. 85 são servidores do Detran-SP; sete, do Detran-TO; e três, do Detran-MG. 

Cerca de 20 despachantes também foram afastados de suas funções em São Paulo.

Investigações

O inquérito policial, instaurado no fim de 2020, teve origem após ter sido detectada a clonagem de veículos do Exército. Os números dos chassis eram utilizados ilegalmente com objetivo de obter documentos legítimos, de forma a tentar “legalizar” veículos oriundos de roubo ou furto.

A investigação apontou que as "clonagens" dos chassis do Exército só foram possíveis porque contaram com a participação de servidores do Detran e de despachantes.

Equipes do Exército prestaram apoio logístico durante a deflagração da operação Fiat Lux, sendo relevante ressaltar que a investigação não aponta a participação de integrantes do Exército nas fraudes. 

A Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo prestou apoio na ação.

Crimes ao sistema financeiro

Além da clonagem de veículos, a operação também identificou uma outra prática criminosa. Contando com a participação de servidores do Detran, cooptados pelo esquema criminoso, os envolvidos "criavam" veículos. Estes veículos fictícios existiam apenas no Sistema Federal da Secretaria Nacional de Trânsito permitindo, assim, a realização de financiamentos e a participação em consórcios. Em razão desta falsificação, os veículos eram dados como garantia em operações financeiras, configurando crime contra o Sistema Financeiro Nacional.

Crimes fiscais

A investigação também apontou que servidores do Detran e despachantes inseriam, no Sistema Federal de Registro de Veículos Automotores, automóveis comprados na Zona Franca de Manaus - com isenção de PIS e Confins - e emplacavam indevidamente esses carros em São Paulo para burlar a fiscalização. 

Com essa prática, o abatimento ilegal de cada veículo, a maioria caminhonetes, girava em torno de R$ 30 mil a R$ 40 mil. 

Após isso, os veículos eram revendidos sem recolhimento dos impostos, tendo sido identificado o uso de documentos falsificados em aproximadamente 300 automóveis.

O prejuízo causado pelas fraudes veiculares identificadas pela investigação soma mais de R$ 500 milhões, sendo que em 10 meses de atuação foram recuperados R$ 35 milhões em veículos, entre eles: caminhões, caminhonetes e automóveis de luxo.

Os suspeitos poderão responder pelos crimes de inserção de dados falsos, financiamento fraudulento, lavagem de dinheiro e organização criminosa.