Por Itasat
A jovem Isabel Coelho, de 30 anos, nasceu com perda severa de audição, que a levou a passar a maior parte da vida "no silêncio", como ela própria define. Há três semanas, a partir de um implante coclear — popularmente conhecido como ouvido biônico — passou a escutar.
Desde então, escutar músicas é uma das atividades favoritas de Isabel, que compartilhou a experiência no Twitter, por meio do próprio perfil, intitulado "A surda que ouve". Com sinceridade, ela alimenta uma "thread" (sequência de postagens) em que retrata como os inéditos sons agradam e também desagradam.
Entre as músicas postadas na Thread, estão canções de ícones do rock, como Pink Floyd e Queen. "Houve músicas que eu não gostei e há um motivo para isso: sibilância. Sinto decepcionar alguns de vocês, mas Pink Floyd não dá. Meu cérebro não gostou de música caótica como essa aqui [em referência à The Wall]".
A canção Starman, de David Bowie, foi declarada por ela como uma das que mais gostou, embora ainda não seja considerada uma "favorita". "Coloquei três vezes essa música para ouvir de tão bom que o ritmo é", afirmou.
Isabel também conta ter gostado de Michael Jackson e descoberto prazer em ouvir músicas country. "Dá vontade de abrir uma gelada ouvindo", explica ao se referir à canção The Dead South.
E a jovem não fez apenas apreciações de músicas da gringa. Gêneros nacionais também entraram na playlist. "Pagode também ouvi uma música bem antiga [Katinguelê - Lua Vai] e que deu vontade de dançar e beber", afirmou.
Também na Thread, Isabel fez questão de evidenciar como o processo de ouvir é novo para ela e a adaptação é progressiva. "Bastante gente está mandando música aqui mais pelo apelo emocional do que pelo som em si, então peço paciência a vocês porque eu ainda preciso ouvir as vogais primeiro e olhe lá, só estou focando no ritmo", afirmou.