Por Itasat
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) pediu à Polícia Militar e à Assembleia Legislativa que mantenham a escolta policial à deputada Andréia de Jesus (PSOL). Ameaçada de morte, a parlamentar teve a proteção retirada pela PM, que considerou que não havia ameaças que justificassem a existência de escolta policial.
A deputada recorreu ao MPMG contra a decisão da PM no dia 17 de março e, nesta quarta-feira (23), revelou ter recebido novas ameaças de morte.
De acordo com o MP, as investigações sobre as ameaças não foram concluídas. Hoje, há 27 expedientes investigativos em aberto sobre crimes de ameaça, injúria racial/racismo, crimes contra a honra e outros.
Manutenção da escolta
Em ofício encaminhado à Polícia Militar e à Assembleia, o MP relembrou que o Brasil foi o segundo país do mundo em assassinatos a lideranças atuantes na defesa de direitos humanos, entre os anos de 2015 e 2019. E que Andréia de Jesus é uma parlamentar negra que preside a Comissão de Direitos Humanos na Assembleia Legislativa.
"Considerando que a Polícia Judiciária ainda não concluiu seu trabalho com relação às ameaças e outros delitos objeto dos REDS e apurações supramencionados, bem como conforme documentos em anexo, entende o Ministério Público do Estado de Minas Gerais que é prematura a retirada da escolta fornecida à Senhora Deputada Estadual Andréia de Jesus, rogando a esse Comando da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais seja mantida a escolta até deslinde das investigações já encetadas, sem prejuízo de outras providências necessárias à manutenção da integridade física da Parlamentar", diz trecho do documento.
Justificativa
Para justificar a retirada da escola, a PM informou que após uma análise do Serviço de Inteligência "foi verificado que não havia mais motivações para a permanência da escolta em questão, tendo o policiamento sido remanejado para o atendimento à população mineira". Ainda de acordo com a PM, sempre que há "ameaça real" a instituição pode realizar escolta individual.
No entanto, uma semana após a retirada da escolta, Andréia de Jesus voltou a receber ameaças.
Por email, a parlamentar recebeu a seguinte mensagem: "Eu vou te matar. Sua aberração, macaca fedorenta, cabelo de esponja de aço. Marielle cover, favelada!".