Por Itasat
O prefeito de Mariupol, Vadym Boychenko, afirmou nesta sexta-feira (25), que cerca de 300 civis morreram no ataque da Rússia contra o Teatro Dramático de Mariupol, em ação militar ocorrida no último dia 16.
"Algumas testemunhas têm informações de que cerca de 300 pessoas morreram no teatro de Mariupol após o bombardeio da aviação russa. Até o fim, nós não queremos acreditar nesse horror. Até o fim nós queremos acreditar que todos se salvaram. Mas, as testemunhas que estavam no interior do edifício no momento no qual ocorreu esse ato terrorista dizem o contrário", escreveu Boychenko em sua conta no Telegram.
O teatro, que tinha um abrigo antibombas, estava sendo usado pelos civis para tentar se proteger dos ataques constantes de Moscou. Não se sabe ao certo quantas pessoas estavam se refugiando no local, com estimativas que iam de 500 a 1,5 mil moradores.
A Rússia nega que tenha atacado a estrutura construída na década de 1960, mas devido ao impacto e ao tamanho da destruição, é muito improvável que não tenham sido os militares russos a mirar o local - já que a força aérea ucraniana não tem esse tipo de armamento mais sofisticado.
Mariupol, uma cidade portuária no Mar de Azov, está sitiada desde os primeiros dias da guerra e tem cerca de 100 mil civis presos ali sem poder sair. Nesta sexta, após dias de fechamento, os russos concordaram em abrir um corredor humanitário para carros, o que deve permitir a fuga de milhares de pessoas.
Segundo estimativas das autoridades locais, cerca de 90% dos prédios e das casas da cidade - que tinha cerca de 400 mil habitantes antes do conflito - foram destruídos. Há falta de água, comida, gás e energia elétrica há semanas e as estimativas já falam em, ao menos, três mil mortes entre civis.
Também nesta sexta, o embaixador russo na Itália, Sergei Razov, voltou a negar que seu país está bombardeando áreas civis em Mariupol - contradizendo as imagens veiculadas por emissoras ou até mesmo por satélites internacionais.
"A Rússia não está atacando civis na cidade ucraniana de Mariupol ou em outras cidades, mas seguindo as indicações do presidente Vladimir Putin de atingir apenas sítios militares. É necessário avaliar com muita atenção o que está acontecendo em Mariupol. Vocês precisam ouvir ambos os lados e não seguir as mensagens de propaganda da Ucrânia", disse Razov a jornalistas italianos.
Além do teatro, também a maternidade de Mariupol foi alvo de um pesado ataque aéreo, além de escolas e universidade.