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Milton Ribeiro se recusa a ir ao Senado explicar corrupção no MEC

Ex-ministro da Educação anunciou que recusa “convite” da Comissão de Educação do Senado

31/03/2022 10h01
Por: Redação

Por Itasat

O ex-ministro da Educação Milton Ribeiro informou que não poderá participar de audiência, prevista para esta quinta-feira (31/3), convocada pela Comissão de Educação do Senado para explicar irregularidades no Ministério da Educação (MEC). 

"Em atenção ao Ofício nº 12/2022/CE em que Vossa Excelência convida o Ministro Milton Ribeiro a comparecer à Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, para participar da Audiência Pública destinada a prestar informações sobre o aparente beneficiamento indevido na destinação de verbas públicas afetas ao Ministério da Educação, a realizar-se em 31 de março, às 9h, informo a impossibilidade de seu comparecimento", informou o ofício enviado pelo MEC ao Senado.

Milton Ribeiro está sendo investigado pela Procuradoria-Geral da República, por quatro crimes: corrupção passiva, tráfico de influência, prevaricação e advocacia administrativa. Ele teve o nome envolvido em um suposto escândalo de corrupção depois que uma gravação sua foi revelada pelo jornal Folha de S. Paulo. De acordo com o jornal, um grupo de pastores, sem vinculação oficial com o órgão, influencia na liberação de verbas para determinadas prefeituras. No áudio obtido pelo jornal, Milton Ribeiro confirma que os pedidos de liberação de recursos são negociados pelo grupo.

Na ocasião, Ribeiro negou o pedido de interferência dos pastores tenha partido de Bolsonaro e disse que todas as solicitações feitas à pasta são encaminhadas para a área técnica.

O jornal O Estado de São Paulo publicou que um dos pastores que negociava a transferência de recursos federais para a prefeitura, teria pedido, como propina, 1kg de ouro em troca do repasse que seria usado para obras da educação na cidade.

Na última nesta segunda-feira (28), o ministro da Educação, Milton Ribeiro, pediu demissão do cargo e enviou uma carta colocando o cargo à disposição ao presidente Jair Bolsonaro (PL). A pressão sobre o ministro, que goza da confiança do presidente, aumentou nos últimos dias e Bolsonaro teria sido convencido por aliados da bancada evangélica a demitir Ribeiro ainda hoje. Com a saída do ministro, o secretário-executivo, Victor Godoy Veiga, deve assumir o cargo interinamente. 

Apoio de Bolsonaro 

Mesmo após o surgimento do escândalo, o presidente Jair Bolsonaro deu declarações de que tinham plena confiança no ministro Milton Ribeiro. Na última quinta-feira (24), durante sua live semanal transmitida pelo Youtube, o presidente disse que "bota a cara no fogo" pelo ministro da Educação, Milton Ribeiro.

"Eu boto a minha cara no fogo pelo Milton. Estão fazendo uma covardia com ele", disse Bolsonaro, ao lado da ministra da Cidadania, Damares Alves. 

Ainda de acordo com o presidente, o próprio ministro teria enviado, à Controladoria Geral da União (CGU), em agosto do ano passado, documentos sobre "possíveis irregularidades" no ministério. 

"A CGU, por seis meses, investigou o caso e chegou à conclusão de que não tinha participação de nenhum servidor público. No dia 3 de março, agora, encaminhou essas peças para a Polícia Federal. Porquê não tem corrupção no governo? Porque a gente age dessa maneira, a gente está sempre um passo à frente", disse.