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Dupla é detida com Urânio, em São Paulo, que seria comercializado pelo PCC

O material radioativo ainda está sendo analisado pelo Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares (Ipen)

13/04/2022 10h52
Por: Redação

Por Itasat

Dois homens foram detidos suspeitos de vender urânio, em Guarulhos, na Grande São Paulo, na última sexta-feira (8). O material, que é radioativo e ainda está sendo analisado, seria vendido com mediação do Primeiro Comando da Capital (PCC). 

A polícia chegou até a dupla após um homem, que disse trabalhar com metais e minerais, informar que foi procurado para comprar o material radioativo ilegalmente. Segundo ele, durante uma conversa em um aplicativo de mensagens, notou que o material seria urânio. 

Na ocasião, a dupla disse que venderia o material “utilizado para dispositivos bélicos” por US$ 90 mil o quilo, ou seja, cerca de R$ 422 mil. Durante a conversa, eles disseram que tinham um quilo do produto como amostra e duas toneladas em estoque. 

Com isso, dois policiais seguiram para o endereço informado no bairro Vila Barros e localizaram um dos suspeitos, de 34 anos, que é natural do Acre. Sem informar que eram investigadores, eles entraram no imóvel e pediram para ver a suposta amostra de urânio. 

Dentro do imóvel havia um homem, de 41 anos, que operava pedras “que realmente tinham aparência idêntica ao metal urânio em estado bruto”. No local, um documento que apontava que o material era legítimo foi apreendido. Os suspeitos também foram detidos.  

Em depoimento, o suspeito, de 41 anos, disse que trouxe o material do Acre e que iria receber R$ 10 mil.  O outro homem, de 34 anos, contou que o PCC financiou sua viagem de Rondônia até o estado paulista para vender o produto. 

Os dois foram detidos por “processar, fornecer ou usar material nuclear” sem autorização. O produto está sendo analisado pelo Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares (Ipen) e o resultado pode sair ainda nesta terça-feira (12). 

Fabricação de bombas

Carlos Brayner, professor do Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste (CRCN-NE), explica que fazer bombas a partir do material é bastante difícil. 

"É necessário pelo menos umas cinco toneladas de urânio in natura para conseguir extrair a quantidade suficiente do isótopo 235 capaz de gerar energia para fabricar uma bomba", disse o professor ao UOL.