Por Itasat
Belo Horizonte não é conhecida à toa como a capital dos bares e botecos. A cidade, que possui pelo menos um bar em cada bairro, revela um dado preocupante. Conforme ranking elaborado pelo Ministério da Saúde, a capital é a que mais ingere álcool de forma abusiva no país.
O estudo mediu o percentual de adultos com idades igual ou superior a 18 anos, que nos últimos 30 dias consumiram quatro ou mais doses (mulher) ou cinco ou mais doses (homem) de bebida alcoólica em uma mesma ocasião. Foram analisadas apenas as 26 capitais do país e o Distrito Federal.
De acordo com o levantamento, 25,20% dos belo-horizontinos abusaram do consumo de álcool neste período. Em seguida, aparecem Vitória (23,28%), Cuiabá (23,17%), Distrito Federal (22,54%), Salvador (22,53%), Palmas (22,17%), Porto Velho (21,74%), Florianópolis (21,47%) e Macapá (20,42%). Das capitais, Porto Alegre é a que menos registrou consumo abusivo de álcool, com 12,82%.
Consumo de álcool cresceu durante a pandemia
Conforme levantamento divulgado pela organização independente de saúde pública Vital Strategies, que coletou dados do Ministério da Saúde, ocorreu um aumento de 18,4% no número de mortes no país por "transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de álcool". As informações foram coletadas entre os anos de 2019 e 2020. O número é superior ao registrado nos anos anteriores.
Além disso, pesquisadores do Instituto Nacional sobre Abuso de Álcool e Alcoolismo, o NIAAA, constataram que o número de mortes nos EUA por consumo de álcool passou de 78.927 em 2019 para 99.017 em 2020, quando iniciou a pandemia. Esse dado representa crescimento de 25,5% do número de mortes. O estudo foi publicado em 18 de março deste ano no Journal of the American Medical Association (JAMA), revista científica da Associação Médica Americana.
Para os pesquisadores, o aumento do consumo de álcool pode ter diversos fatores, sendo o estresse um deles. "Maior consumo de álcool para enfrentar fatores de estresse relacionados à pandemia, mudanças de políticas relacionadas ao álcool e interrupções no acesso a tratamento são possíveis fatores que contribuíram (para o aumento)", destacam os estudiosos.