Com Itasat
O número de mortos durante uma operação policial nesta terça-feira (24), na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, subiu de 21 para 25. Dois suspeitos internados sob custódia no Hospital Estadual Getúlio Vargas morreram na madrugada desta quarta (25). A Secretaria Estadual de Saúde informou que seis pacientes estão internados, sendo que dois deles em estado grave, e uma foi transferida.
É a segunda operação policial com um alto número de mortes no local este ano, onde, segundo a polícia, estão escondidos líderes do "Comando Vermelho".
A polícia afirmou que foi recebida a tiros por supostos criminosos no alto da favela quando se preparava para começar a operação, que buscava "localizar e capturar líderes criminosos" escondidos.
"Aquela facção criminosa [CV] costuma fazer invasões em outras áreas, tínhamos o indicativo que essa quadrilha se deslocaria pela cidade", detalhou o comandante do Bope, Uirá do Nascimento Ferreira, que atuou em conjunto com a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
No "confronto", segundo a polícia, morreram onze supostos criminosos e uma moradora de um bairro próximo à Vila Cruzeiro, que foi atingida por uma bala perdida.
Os agentes apreenderam 13 fuzis, 12 granadas, quatro pistolas e uma quantidade indeterminada de drogas. Além disso, foram confiscados vinte motos e vinte carros que supostamente pertencem à quadrilha.
As autoridades informaram que ao menos 19 escolas da região fecharam devido ao tiroteio que, de acordo com o relato de moradores, começou de madrugada. Ao meio-dia, tiros e explosões ainda podiam ser ouvidos perto da favela, segundo um fotógrafo da AFP.
Violência endêmica
O Rio completou este mês um ano da operação policial mais mortal de sua história na favela do Jacarezinho, localizada a oito quilômetros de Vila Cruzeiro, onde 28 pessoas morrerem em uma operação contra o tráfico em 6 de maio de 2021.
Em 2021, a polícia do estado do Rio causou a morte de 1.356 pessoas, enquanto em todo o Brasil houve um total de 6.133 mortes nas mãos das forças policiais, segundo o projeto Monitor da Violência.
O Rio, cidade com problemas crônicos de violência policial, planeja instalar cerca de 8.000 câmeras nos uniformes dos policiais, medida que especialistas dizem estar mostrando resultados promissores em outros estados brasileiros, embora não constitua por si só uma "panaceia" contra os excessos.
O início do projeto, originalmente previsto para maio, foi adiado para junho, segundo a imprensa local.