Com Itasat
O julgamento do ex-prefeito de Unaí, Antério Mânica, acusado de ser um dos mandantes da chacina de Unaí, será retomado nesta quinta-feira (26), no prédio da Justiça Federal, no Bairro Santo Agostinho, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
O acusado de ter encomendado o assassinato de três auditores e de um motorista do Ministério do Trabalho em 2004 deve responder às perguntas da Procuradoria do Ministério Público, do assistente de acusação e da própria defesa hoje.
‘Esperamos que seja o último’, diz auditor sobre novo julgamento da Chacina de Unaí.
Ontem (25), foram onze depoimentos. Cinco deles por testemunhas de defesa. Dentre elas, o delegado da Polícia Federal, à época que era responsável pelo inquérito, Antônio Celso dos Santos.
Ele afirmou para o júri que o mentor da chacina era Norberto Mânica, irmão do réu, que já foi condenado a 65 anos de prisão.
O julgamento de hoje está associado a uma carta registrada em cartório em que ele assume o lado intelectual do crime, ou seja, ele disse que seria o mandante, antes das testemunhas de defesa, duas esposas, de duas vítimas também foram ouvidas.
Essa quarta foi marcada por depoimentos corajosos, carregados de emoção e, também, revolta.
Para uma das familiares da vítima, a data desta quinta-feira, tem algo de muito especial: hoje seria o aniversário do auditor fiscal Eratóstenes Gonçalves. “Ele completaria 61 anos. Há dezoito anos, a gente tem essa falha, essa lacuna aí na nossa família. (...) E a gente ainda vê eles soltos, não estão preso. Isso deixa a gente muito indignada”, disse, dona Marinês Lima.
Antério Mânica
Um dos maiores produtores de feijão do Brasil, Antério Mânica era alvo frequente de fiscalizações trabalhistas, a maioria delas realizada pelo auditor fiscal do trabalho Nelson José da Silva, lotado na gerência Regional do Trabalho de Paracatu (MG).
Em novembro de 2018, a 4ª Turma do TRF1 decidiu, no julgamento dos recursos, por dois votos a um, que Antério deveria ser julgado novamente pelo Tribunal do Júri, anulando a decisão de 2015.
Os desembargadores Neviton Guedes e Olindo Menezes não seguiram o voto do relator, o desembargador Cândido Ribeiro, que manteve a sentença condenatória do réu. Os votos contrários alegaram a insuficiência de provas da participação de Antério no crime. O irmão, Norberto, também confessou ser o único mandante da Chacina de Unaí.