Com Itasat
Mulheres que fazem parte de um restaurante no Mercado Novo, na Região Central de Belo Horizonte, foram ameaçadas por um funcionário depois de uma denúncia de assédio sexual. O homem gritou que iria matá-las e ainda urinou na porta do estabelecimento, no último fim de semana.
O caso ocorreu com as funcionárias do restaurante ‘Cozinha da Vó Anna', composta apenas por mulheres. A dona do estabelecimento contou à reportagem da Itatiaia que a violência sexual, praticada por um lojista, contra uma das trabalhadoras, ocorreu na última terça-feira (7).
“No sábado (11), o funcionário dele (do homem que assediou a vítima) bebeu próximo ao meu estabelecimento. Isso no horário de almoço, momento em que lá fica mais cheio. Por volta das 13h, ele foi até a cozinha e agrediu minhas funcionárias, dizendo que ia matar todo mundo. Ele disse que a vítima era mentirosa e que o chefe não assediou ninguém”, relembrou.
O homem ainda gritou pelos corredores e urinou próximo ao restaurante, como uma forma de intimidação. “Foi um caos. Ficamos muito apavoradas”, pontuou.
A proprietária relatou que, em seguida, o abusador foi embora. Mas, retornou ao local às 18h. Ao se depararem com ele, elas chamaram a polícia e registraram um boletim de ocorrência. O homem foi preso.
Ontem, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que a ocorrência de ameaça foi registrada no sábado (11/6) e o conduzido, de 34 anos, ouvido na Central Estadual do Plantão Digital.
“Conforme previsão legal, a autoridade policial lavrou Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), sendo o suspeito encaminhado ao Juizado Especial Criminal”, disse. Foi instaurado procedimento investigatório para apuração dos fatos.
As mulheres temem pela segurança e vão entrar com um pedido de medida protetiva.
Outros casos
A partir desse episódio, mulheres criaram uma rede de apoio e proteção dentro do Mercado Novo. “Existem outros casos de assédio sexual por lojistas e a gente resolveu denunciar. Precisamos de segurança para poder trabalhar”, disse.
Ela ainda disse que muitas vítimas deixam de denunciar por medo de perderem o emprego. "A grande maioria trabalha como freelance", continuou.
A administração Mercado Novo se disponibilizou a apoiar, concedendo segurança às mulheres da Cozinha. “Eles estão dando total apoio. Eles querem agora o levantamento de todos os assediadores”, acrescentou a proprietária.
A reportagem entrou em contato com o Mercado Novo e aguarda um posicionamento.