Com Itasat
Aumentou a procura de mulheres por medidas protetivas na Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). O recurso para atender mulheres que se sentem em risco ou passaram por situações de violência com seus companheiros é uma tentativa de forçar o distanciamento entre a vítima e o agressor.
Segundo a delegada da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher Juliana Califf, o aumento é reflexo dos dados que ficaram represados por causa da pandemia.
“No início da pandemia, os dados tiveram diminuído. Hoje, os dados voltaram a ser o que eram antes da pandemia. Percebemos que as mulheres estão voltando a procurar as unidades da polícia para estar registrando os fatos”, disse.
Existem dois tipos de medidas protetivas de urgência: as que obrigam o agressor e as que protegem as mulheres.
A proibição de se aproximar da mulher, dos filhos, parentes ou testemunhas; o afastamento; a proibição de manter contato e o comparecimento a programas de recuperação ou reeducação são algumas delas.
“Em caso de descumprimento, ela tem que acionar o 190 ou procurar 197, que é da Polícia Civil, para poder prender o agressor em flagrante”, disse a especialista.
Falha no sistema
Cecília Bier tem seis medidas protetivas contra o ex-marido. “Vivia uma relação abusiva e completamente violenta com ele por 17 anos. Violência essas que não foram somente físicas, mas também psicológicas, morais e patrimoniais. Tenho, pelo menos, seis medidas protetivas contra”, disse.
“A primeira foi em 2008, mas por total falta de apoio do estado permanecia ao lado dele por mais quase dez anos”, completou.
E Cecília ainda não se sente segura. “Não me sinto. O que mais me fortalece são as redes de apoio”, acrescentou.