Com Itasat
A Corregedoria da Polícia Militar (PM) vai investigar o caso da criança, de 11 anos, com síndrome de down que foi atingida por bomba de efeito moral no Mineirão, na Pampulha, no último sábado (6).
O caso repercute nas redes sociais desde que o pai da menina publicou no Instagram imagens da filha ferida nas pernas e nas nádegas.
"Quis dar uma experiência nova a minha família (...) Tudo pensado com carinho e cuidado. Fiz questão de ir a um jogo que, aparentemente, não representaria riscos devido ao confronto entre as torcidas", disse Marco Pedroza.
A confusão ocorreu na saída do estádio, após o jogo entre Cruzeiro e Tombense, pelo Campeonato Brasileiro da Série B. Ao mesmo tempo, ocorreria um show do cantor de pagode Thiaguinho na esplanada do Gigante da Pampulha.
"Fomos surpreendidos com a truculência e ignorância de alguns policiais, que estavam dispersando os torcedores com bombas, gás lacrimogêneo e spray de pimenta. Esses torcedores, em sua grande maioria, eram de famílias e crianças", contou.
Uma das bombas de efeito moral explodiu perto da menina. "Quando estávamos passando a uma distância relativamente segura dos policiais, jogaram uma dessas bombas em nossa direção que estourou nos pés da minha filha, que é cardiopata e portadora de síndrome de down", relatou.
Eles procuraram atendimento médico no estádio mas, segundo a família, a equipe precisou socorrer um outro caso.
Na publicação das redes sociais, Marco diz que filmou a ação dos policiais, mas foi cercado por alguns deles e teve o celular tomado das mão. As imagens teriam sido apagadas pelos militares. Além disso, ele foi intimidado e ameaçado de tomar tapas no rosto.
"Mas graças a Deus foram ferimentos que, apesar de se tornarem cicatrizes físicas, jamais esquecidos em nossas memórias. Que a Justiça seja feita e que esse tipo de situação não se repita com outras famílias, evitando uma possível tragédia maior", finalizou.
A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) esclareceu, por meio de nota, que que durante a saída "houve a necessidade do uso de instrumentos de menor potencial ofensivo por parte do Batalhão de Choque (BPChq), devido a um tumulto generalizado, inclusive com militares cercados por torcedores."
A corporação assume que, durante a ação, "uma menor que estava nas proximidades foi atingida."
"De pronto, ela foi atendida. Também foi confeccionado boletim de ocorrência com os relatos dos pais sobre os fatos", acrescentou.
A PMMG esclarece, ainda, que o comando abriu um inquérito para apurar a situação e está em contato com os familiares da vítima.