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Por alta nos voos, fãs desistem e vendem ingressos do Rock In Rio

Especialistas explicam a alta no valor das passagens aéreas e as perspectivas do setor

17/08/2022 09h20
Por: Redação

Com Itasat

Faltando menos de um mês para o Rock in Rio, fãs de todo o país estão ansiosos para curtir o maior festival de música do mundo que, este ano, deve atrair mais de 700 mil pessoas no Parque Olímpico Zona Oeste da capital Fluminense. Mas, enquanto uns esperam ansiosos pela chegada do festival, outros correm contra o tempo para tentar vender os ingressos e não ficar no prejuízo. Isso porque uma parte do público desistiu de ir ao festival devido ao preço alto das passagens aéreas este ano.

Com o ingresso digital, substituindo as pulseiras das edições anteriores, o usuário pode fazer a transferência da entrada para outra pessoa sem precisar que os dois estejam no mesmo estado.

Nas redes sociais, diversos grupos foram criados para compra e venda de ingressos. Moradora de João Pessoa, na Paraíba, a estudante Andressa Barros, de 30 anos, tenta vender os dois ingressos que ela comprou para o show do Guns n' Roses, no dia 8 de Setembro.

“Desistimos da viagem porque não compensa ir só para um show diante dos preços exorbitantes das passagens: de R$ 1.400 até R$ 2.000, ida e volta. Então, não compensa financeiramente”, disse.

O economista da Fundação Getúlio Vargas Gilberto Braga explica que três fatores influenciam na alta dos preços das passagens: “nós tivemos, durante a pandemia, o movimento das companhias aéreas muito afetado e, com isso, foram feitos cortes de despesas. Elas demitiram o pessoal e devolveram aeronaves para os fabricantes. Por conta disso, há uma quantidade de voos muito menor do que se tinha antes da pandemia”, explicou.

O aumento do petróleo também elevou o custo operacional do querosene de aviação. “Também tivemos um aumento da demanda com o fim do isolamento social. As pessoas voltaram a viajar, então, o que nós temos é um período de muita demanda que a oferta não acompanhou essa retomada”, completou.

Muitas pessoas também se queixaram do preço das hospedagens. A designer Giovana Sanches, que mora na capital paulista, comprou o ingresso para ver o show da cantora Dua Lipa no dia 11 de setembro. Ela iria de carro, mas desistiu devido ao preço das diárias dos hotéis próximos ao festival.

“As hospedagens estão muito caras. Só o final de semana ia dar bem mais do que a gente paga no ingresso. Fica a frustração. Mas a gente não teve outra saída”, disse.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) a alta do preço das hospedagens obedece a uma lógica que acompanha o mercado de uma forma geral com reposição das perdas causadas pela inflação.

O economista Gilberto Braga conta que os valores das passagens e também dos hotéis devem se manter nos próximos meses. “As perspectivas de hospedagem e de passagens aéreas para os próximos meses tendem a se manter com preços mais elevados. Isso porque a demanda está bastante aquecida e oferta que não cresce na mesma velocidade”, disse.

O Rock in Rio, que seria realizado em 2021, foi adiado para Setembro deste ano por conta da pandemia. O festival vai acontecer nos dias 2, 3, 4, 8, 9, 10 e 11 de setembro na Cidade do Rock, no Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, Zona Oeste da capital Fluminense do Rio de Janeiro.