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desastre de mariana

Secretária critica mineradoras e diz que estado foi enganado e desrespeitado

Luísa Barreto afirmou que após 200 reuniões, empresas apresentaram proposta inferior ao valor mínimo pedido

25/08/2022 09h17
Por: Redação

Com Itasat

A secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Luísa Barreto, afirmou que as mineradoras Vale, Samarco e BHP Billiton “desrespeitaram” e “enganaram” os entes públicos que buscavam um acordo de reparação pelo desastre de Mariana.

Segundo a secretária, o governo se sente enganado após mais de 200 reuniões e mais de um ano e meio de negociações as empresas terem apresentado uma proposta com valor inferior em mais de 60% do preço mínimo estimado para a reparação.

“As negociações estão encerradas. A reunião de hoje foi muito decepcionante, estamos há mais de 1 ano discutindo repactuação com um objetivo claro: trazer uma reparação justa e efetiva para os municípios, pessoas e toda região atingida. O que as empresas nos apresentaram foi um absoluto desrespeito, com Minas Gerais, com o processo reparatório, com as pessoas que foram atingidas pelo desastre do Rio Doce. Algo que não podemos e não vamos aceitar. Elas querem fazer um processo de reparação que leve a reparação só para as próximas gerações, quem foi atingido não conseguiria receber nenhuma reparação”, criticou Barreto.

A reunião nesta quarta-feira (24) terminou sem acordo a reunião entre as mineradoras Vale, BHP e Samarco e os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo sobre a reparação pelo rompimento da barragem de Mariana, em 2015.

“A negociação está paralisada, o poder público decidiu que não volta para as mesas de conversa se as empresas não apresentarem uma proposta mais adequada. Hoje não há ambiente para uma negociação, nos sentimos enganados. Foram mais de 200 reuniões por mais de um ano. Buscaremos via judicial uma resolução mais rápida, vamos tomar todas as medidas possíveis. A reparação do Rio Doce é um compromisso do governo Romeu Zema e não vamos aceitar um tratamento de descaso para quem tanto sofreu com esse desastre”, afirmou a secretária de Planejamento.

A secretária afirmou que o estado vai buscar medidas judiciais para garantir uma reparação justa. "A tragédia aconteceu há 7 anos. Estamos vendo as empresas postergarem e adiarem a reparação. Não vamos compactuar com isso", afirmou.

Em nota, a BHP Brasil, uma das controladoras da Samarco, ao lado da Vale, afirmou que permanece aberta ao diálogo.

Confira a nota na íntegra

A BHP Brasil participou hoje, 24 de agosto, de mais uma rodada de renegociações do Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC) mediada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A BHP Brasil permanece aberta ao diálogo que traga soluções definitivas para os atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão da Samarco em 2015.

A BHP Brasil continua comprometida com as ações de reparação e compensação em andamento pela Fundação Renova. Até o momento, foram desembolsados R$ 23,06 bilhões em programas executados pela Renova e mais de 389 mil pessoas foram indenizadas. A Samarco é uma joint venture administrada de forma independente na qual a BHP Brasil detém 50%.