Com Itasat
Uma nova modalidade criminosa chama a atenção das autoridades de segurança pública de Belo Horizonte: o golpe do emprego. Com a dificuldade financeira e o desemprego, os criminosos se aproveitam da vulnerabilidade das vítimas para aplicar o golpe que começa com uma mensagem recebida, via SMS, no celular em nome de alguma grande empresa. Durante a conversa, o "atendente" informa que para continuar no processo o candidato precisa fazer um Pix.
Um publicitário, que não terá a identidade revelada, procurou a Itatiaia e contou que, por pouco, não foi vítima do falso emprego.
"O golpe começa com uma mensagem, normalmente por SMS, usando nomes de grandes empresas, tais como Mercado Livre, Magazine Luiza, Amazon, ofertando ganhos diários exorbitantes, na faixa de R$ 2 mil a R$ 3 mil e com o link para conversar pelo WhatsApp. Depois, nessa conversa, o golpista mostra as informações do trabalho e fala que eu preciso fazer um pagamento, via Pix. Segundo ele, esse pagamento seria para poder enviar materiais de trabalho que vou utilizara no dia a dia. Quando questionei o motivo do Pix, dizendo que não fazia sentido, a pessoa parou de me responder e me bloqueou."
A Itatiaia entrou em contato com uma das empresas que oferecem essas vagas de emprego. No anúncio, uma delas garante renda extra de até R$ 5 mil por mês. Mesmo sem nenhuma experiência para a vaga pretendida na área de vendas, a Itatiaia foi convidada para uma reunião online. Junto com o convite, uma propaganda que traz uma jovem estagiária que entrou na mesma empresa e passou a ganhar R$ 10 mil.
"Olha só, a gente trabalha na área de saúde. A gente trabalha com nutrição celular. Eu não sei se você já ouviu falar, mas nós temos uma linha de produtos que vêm dos Estados Unidos. São os melhores produtos do mundo sobre saúde nutrição celular e controle de peso também", informou a voz do outro lado da linha.
Neste caso, nenhum dinheiro ou transferência foi solicitado para participação de reuniões. Mesmo assim, fica o alerta de que situações parecidas podem acontecer.
Renato Nunes Guimarães, delegado titular da Divisão Especializada de Investigação aos Crimes Cibernéticos e Defesa do Consumidor, lembra que as ofertas milagrosas dominam a mente das vítimas.
"Em alguns casos, o criminoso faz essa oferta para pegar os dados das vítimas, cópia de documentação ou então vende cursos de capacitação para o eventual emprego. Há casos em que ele faz com que a vítima efetue pequenas compras em alguns sites ou faça pequenos depósitos dizendo que a vítima vai ganhar em dobro."