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Migração

Mais de 800 pessoas morrem em rotas migratórias nas Américas em 2019

Ano teve o maior número de mortes desde que há registros

29/01/2020 10h43
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Pelo menos 810 pessoas morreram em 2019, ao "atravessar desertos, rios e regiões remotas" das rotas migratórias do continente americano. A informação é do Centro de Análise de Dados da Organização Internacional das Migrações (OIM), de Berlim, com base em números do Projeto de Migrantes Desaparecidos (MMP, na sigla em inglês).

As informações - que reuniram dados governamentais, de organizações não governamentais (ONG) e relatos de órgãos de comunicação social -- indicam que esse é o número mais elevado de mortes desde que a OIM começou a manter registros, em 2014.

Os dados revelam também que morreram mais 3.800 pessoas em seis anos no continente americano.

"Esses números são uma lembrança triste de que a falta de opções para uma mobilidade segura e legal empurra as pessoas para trilhos invisíveis e arriscados, colocando-as em maior perigo", afirmou o diretor do Centro de Análise de Dados da OIM, Frank Laczko.

Para ele, "a perda de vidas nunca pode ser normalizada ou tolerada como um risco assumido devido à migração ilegal".

A região da fronteira entre os Estados Unidos e o México é um dos locais onde mais migrantes perderam a vida no continente.

O MMP registrou um aumento anual no número de mortes nessa fronteira desde 2014, com um total de 2.403 mortes (do total de 3.800) em seis anos, das quais 497 ocorreram em 2019.

A maior parte das mortes foi nas águas do Rio Bravo/Rio Grande (designações mexicana e norte-americana, respectivamente), entre o estado norte-americano do Texas e os estados mexicanos de Tamaulipas, Novo Leão e Coahuila, onde 109 pessoas perderam a vida em 2019, um aumento de 26% em relação ao ano anterior, revela a OIM.

De acordo com os dados apresentados, "muitas pessoas também tentam atravessar os territórios remotos dos desertos" do Arizona, nos Estados Unidos. Pelo menos 171 pessoas morreram no último ano nesta parte da fronteira entre os dois países, número que representa mais 29% do que as 133 mortes notificadas em 2018.