RR MÍDIA 3
OPINIÃO FOLHA

A força devastadora da natureza

Sete Lagoas, embora também tenha sofrido com as chuvas, nem de longe foi tão castigada quanto municípios como Belo Horizonte

31/01/2020 14h15
Por: Redação

A região metropolitana de Belo Horizonte foi acometida, nos últimos dias, de uma de suas piores chuvas da história. O mês de janeiro já é marcado por esse tipo de evento no Brasil, mas as desse ano não têm precedentes. Vídeos chegavam a todo momento nas redes sociais e no WhatsApp, mostrando ruas alagadas,carros semi submersos, rios transbordando, casas inundadas e gente que perdeu (quase) tudo, alguns, inclusive, a vida.

Sete Lagoas, embora também tenha sofrido com as chuvas, nem de longe foi tão castigada quanto municípios como Belo Horizonte, Ibirité, Sabará, Santana de Pirapama e Jequitibá, muitos deles banhados pelo Rio das Velhas.

Por falar no Velhas, o aumento de mais de 13 metros de seu leito inviabilizou por alguns dias a captação de suas águas pelo SAAE. Do Rio extraímos cerca de 40% da água que abastece a cidade (o que não significa que 40% da cidade ficou sem água, como algumas pessoas mal intencionadas tentaram divulgar).

A verdade é que a captação de água do Rio das Velhas, em Finlândia, sempre foi problemática. Iniciada na gestão Maroca e concluída na gestão de Marcio Reinaldo, a obra não atende a cidade no período de seca, quando o leito do rio fica muito baixo, nem no período de cheia, pois quando as bombas não ficam submersas, como agora, o excesso de lixo que desce pelo rio entope as bombas.

Enquanto isso, a Prefeitura de Sete Lagoas, por meio do SAAE, fez o que podia ser feito: tão logo soube pela Defesa Civil Estadual sobre a possibilidade de fortes chuvas na região, montou um grupo especial envolvendo a Assistência Social, a Guarda Municipal, os Bombeiros, a Polícia Militar e as equipes de saúde para ficarem em alerta. O próprio prefeito Duilio de Castro compareceu em alguns pontos de alagamento na cidade e foi até a captação de água da ETA em Funilândia conferir o volume de água do rio.

Em vídeos e publicações nas redes sociais, fez o pedido para que a população evitasse áreas de risco de alagamento e prometeu recuperar as áreas destruídas, além de disponibilizar caminhões-pipa até que o SAAE possa voltar a captar água do Velhas.

A força - por vezes devastadora - da natureza provoca essas dicotomias: o excesso de água cai do céu impedindo que a água caia da torneira. Nesses momentos cabe a cada cidadão se conscientizar da importância de economizar nosso bem mais precioso e torcer para que nada de mais grave aconteça.