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Mercado imobiliário em MG tem oportunidades e desafios

Após um ano conturbado, o mercado imobiliário em Minas Gerais aponta para novas perspectivas de crescimento. Confira o que esperar do cenário.

30/03/2023 13h40
Por: Redação
Fonte: Agência Dino
Getty Images
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O mercado imobiliário em Minas Gerais tem sido, desde a análise dos primeiros índices do setor, um dos mais importantes do Brasil. Isso porque, de acordo com os dados apurados pela Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/SECOVI-MG), o crescimento em 2022 foi semelhante à média nacional, que atingiu o melhor índice desde 2014, com cerca de 15% de crescimento.

Para o presidente do SECOVI-MG, Ariano Cavalcanti de Paula, “tanto a taxa de juros quanto o atual clima político do país também fazem parte dos maiores desafios que o setor [imobiliário] enfrentará durante este período.”

Perspectivas são favoráveis para o mercado imobiliário pós-pandemia

Primeiramente, é importante considerar que o mercado imobiliário em Minas Gerais, assim como o de todo o Brasil, teve um último ano conturbado e cheio de situações externas que impactaram nos números. Afinal, eventos como o cenário de pandemia, a guerra da Ucrânia e até mesmo as eleições presidenciais geraram insegurança para investidores do segmento.

Por isso, a expectativa para 2023 é que o clima de incerteza se dissipe, assim que as primeiras medidas econômicas do Governo Federal comecem a ser colocadas em prática. Por exemplo, a  taxa de juros Selic, que pode ter sua primeira redução em 2023 até a metade do ano, na reunião do Comitê de Políticas Monetárias (COPOM).

De modo geral, o Banco Central aguarda que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anuncie as primeiras medidas para contenção de gastos públicos. Isso deve acontecer, de acordo com o governo federal, nas próximas semanas.

De acordo com o CEO da Match Imob, Mayron Pereira, “a pandemia potencializou questões que já eram comuns no mercado imobiliário de Minas Gerais. Logo, espera-se agora que haja uma força-tarefa do setor para se tornar inovador e criativo, a partir do que os consumidores esperam ao comprar um imóvel”.

3 Oportunidades no mercado imobiliário de Minas Gerais para 2023

Na análise de Mayron Pereira, a partir da retomada de crescimento do mercado, o setor imobiliário mineiro pode ser um dos principais a alavancar o boom na compra e venda de imóveis no Brasil. Afinal, Minas Gerais reúne algumas características únicas quando o assunto são lotes, terrenos ou a aquisição de casas, chácaras e apartamentos.

Cidades menores, empreendimentos mais bem localizados

Primeiro, por ser um estado com poucas cidades de grande porte. Ou seja, essa condição possibilita que loteamentos ou residenciais construídos em áreas estratégicas, possam oferecer proximidade dos centros urbanos sem ser necessário que as pessoas morem em locais com trânsito ruim ou de difícil acesso.

Mercado imobiliário em Minas Gerais com foco em alto padrão

Outro ponto diz respeito ao mercado imobiliário de Minas Gerais voltado aos imóveis de luxo. Após a pandemia, os empreendimentos deste padrão avançaram quase 70% em relação aos imóveis tradicionais.

De acordo com o CEO da Somattos construtora, que tem foco nesta modalidade de negócios, Minas Gerais desponta como referência de um grande polo de empreendimentos de alto padrão, ao lado do Paraná e de São Paulo. Isso porque o estado ainda conta com uma busca por casas e apartamentos de luxo próximas a cidades históricas, como Ouro Preto, Mariana e Tiradentes, por exemplo.

Centralidade independente de grandes centros urbanos

Por último, merece atenção dentre as oportunidades do mercado imobiliário em Minas Gerais, o fato das cidades mineiras de pequeno e médio porte conseguirem oferecer centralidade mesmo em áreas mais distantes do centro.

Por exemplo, na região metropolitana de BH, é possível adquirir uma casa, lote ou apartamento no Vetor Norte, há cerca de 30 km do hipercentro da capital. Dessa forma, o proprietário não fica refém do acesso à capital para obter serviços essenciais como transporte, educação, saúde e lazer.

Principais desafios do ramo imobiliário em Minas Gerais

Na análise de Mayron Pereira, após um ano de 2022 bastante turbulento, alguns desafios continuam na pauta do mercado imobiliário de Minas Gerais. Principalmente no que se refere às negociações de imóveis na capital mineira. Afinal, Belo Horizonte teve uma queda de 21,03% no último ano.

Em comparação ao ano de 2020 - quando os imóveis residenciais atingiram uma alta de 4,4% - os índices apontam algumas questões que aguardam atenção para uma mudança significativa do cenário. Como por exemplo, o aumento no valor do metro quadrado em Minas

Segundo o índice FipeZap, o metro quadrado nas principais cidades do Brasil aumentou 6,16% se considerar o acumulado de 2022. Em resumo, significa que o preço médio de venda dos imóveis residenciais ficou mais alto. Por isso, torna-se importante uma pesquisa cada vez mais cuidadosa dos compradores.

Por sua vez, desde a reunião de setembro do ano passado do COPOM, a taxa Selic chegou a 13,75% e manteve o índice de lá até aqui. Por isso, o reajuste nos financiamentos residenciais continua causando impacto negativo no mercado imobiliário de Minas Gerais e do país.

Na prática, funciona da seguinte forma: sempre que a Selic sobe, o custo na prestação dos imóveis acompanha a alta. Com ela, a tendência é que os encargos de financiamento reduzem os números de venda. Por fim, se a oferta não acompanhar o mesmo movimento, os bens se valorizam e ficam mais caros.

Por último, a regularização fundiária de responsabilidade do estado de Minas, promete 30 mil propriedades regularizadas até 2026. Com ela, a expectativa é que toda a tramitação jurídica de posse do terreno, medição e análises estrutural de uma propriedade possa ser concluída.

A relação deste procedimento é simples: qualquer área com padrão construtivo que possua, em suas proximidades, espaços oriundos de invasão ou terrenos sem regulamentação, dificilmente terá infraestrutura adequada do poder público. Por exemplo, a disponibilidade de transporte público, construção de hospitais, escolas e demais serviços essenciais.