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Câmara dos Deputados

Presidente do Vila Nova defende limitação de apostas aos resultados dos jogos

MyKe Sena/Câmara dos Deputados Primeira audiência pública da CPI sobre manipulação de resultados no futebol Na primeira audiência pública da Comi...

30/05/2023 21h00
Por: Redação
Fonte: Agência Câmara de Notícias
Primeira audiência pública da CPI sobre manipulação de resultados no futebol - (Foto: MyKe Sena/Câmara dos Deputados)
Primeira audiência pública da CPI sobre manipulação de resultados no futebol - (Foto: MyKe Sena/Câmara dos Deputados)

Na primeira audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre manipulação de resultados no futebol, os participantes do debate ressaltaram a necessidade de medidas legais para coibir esse tipo de crime. Presidente do Vila Nova Futebol Clube, de Goiás, e primeiro a denunciar os esquemas fraudulentos ao Ministério Público, Hugo Jorge Bravo considera fundamental, por exemplo, a criação de delegacias especializadas na apuração de crimes esportivos.

O dirigente também defende que a lei proíba apostas em eventos isolados das partidas, como cartões amarelos ou vermelhos e pênaltis. Para Hugo Bravo, as apostas devem dizer respeito somente ao resultado final dos jogos. Para ele, campeonatos pequenos e sem muita expressão, como os sub-17 ou sub-20, também não deveriam ser objeto de apostas.

“É importante que os senhores tenham uma sensibilidade de restringir alguns eventos que são objeto de apostas. Nós não podemos imaginar que um campeonato sub-20 do Acre seja objeto de apostas de pessoas que estão em qualquer lugar do mundo, nós não podemos imaginar que cartões amarelos possam ser objeto de aposta, nós não podemos imaginar que pênalti no primeiro tempo pode ser objeto de aposta, porque toda e qualquer ação individual vai facilitar a corrupção”, ponderou.

Na opinião do procurador-geral de Justiça do Ministério Público de Goiás, Cyro Terra Peres, que apura as fraudes nas apostas em partidas de futebol, também é necessário criar mecanismos para que clubes, federações e confederações atuem de maneira a prevenir esses esquemas. Ele defende a criação de canais para recebimento de denúncias, por exemplo, para que depois sejam encaminhadas aos órgãos oficiais de investigação.

O promotor de Justiça do Ministério Público de Goiás Fernando Cesconetto, envolvido na apuração do esquema manipulação, concorda que a falta de regulamentação prejudica a ação dos órgãos investigativos.

Fernando Cesconetto sublinha que a resolução de fraudes não pode ficar na dependência de iniciativas isoladas, como a atitude de um presidente de clube que denuncie, para que a informação chegue aos órgãos de apuração. O promotor também defende a criação de regras para que clubes e federações recebam e encaminhem denúncias, com o estabelecimento de responsabilidades para cada uma dessas entidades.

Felipe Carreras (C) garantiu que a CPI apresentará resultados
Felipe Carreras (C) garantiu que a CPI apresentará resultados - (Foto: MyKe Sena/Câmara dos Deputados)

Resultados
Relator da CPI, o deputado Felipe Carreras (PSB-PE) afirmou que o Legislativo foi desafiado não apenas a somar esforços com o Ministério Público de Goiás e outras instituições para esclarecer as fraudes no futebol, como a encontrar formas de prevenir crimes futuros. O parlamentar ressaltou a importância do futebol na cultura brasileira e afirmou que as fraudes “colocam em xeque a credibilidade dos campeonatos atuais e dos que já existiram.”

“Essa CPI não vai terminar em pizza, pode escrever e cobrar. Ela vai dar resultado punitivo, para dar exemplo, e também de forma educativa, para termos uma legislação que venha proteger talvez um dos maiores patrimônios do povo brasileiro, que é o seu futebol”, assegurou Carreras.

Tanto o presidente do Vila Nova quanto os investigadores de Goiás reforçaram que, até o momento, as investigações estão restritas a casos isolados e não comprometem os campeonatos de futebol.

Cyro Terra foi taxativo ao dizer que não há nenhuma evidência de participação de dirigentes de clubes nem de juízes nos esquemas fraudulentos.

As casas de apostas também seriam vítimas das organizações criminosas. O procurador Fernando Cesconetto explicou que detectaram apostas no valor de R$ 500 mil em que os apostadores receberiam mais de R$ 2 milhões em uma rodada de jogos, e quem pagaria a diferença seriam as casas de apostas, que, portanto, seriam prejudicadas com o esquema.

Fernando Cesconetto explicou que as investigações do MP goiano se limitam a jogos ocorridos a partir do segundo semestre do ano passado. O órgão já denunciou 13 integrantes da organização criminosa e 24 atletas. Foram detectadas manipulações de resultados em oito partidas da série A e em cinco partidas da série B do campeonato brasileiro em 2022. A quadrilha também interferiu em quatro jogos dos campeonatos estaduais de 2023.