O relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo (SOFI)“, divulgado nesta quarta-feira (12) pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), durante coletiva na sede da ONU em Nova York, nos EUA, mostra uma piora dos indicadores de fome e insegurança alimentar no Brasil.
Segundo o relatório, 70,3 milhões de pessoas estão em estado de insegurança alimentar moderada, que é quando possuem dificuldade para se alimentar. O levantamento também aponta que 21,1 milhões de pessoas no país estão em insegurança alimentar grave, caracterizado por estado de fome.
O documento revela um aumento significativo na prevalência de insegurança alimentar no Brasil, que passou de 1,9% da população entre 2014 e 2016 para 9,9% entre 2020 e 2022. Esse aumento representou um salto de 4 milhões para 21 milhões de pessoas nesse período. A taxa de insegurança alimentar também apresentou um crescimento considerável, passando de 18,3% para 32,8% da população. Além disso, 48 milhões de brasileiros são incapazes de ter recursos para ter acesso a uma alimentação saudável. Esse número era de 39 milhões de pessoas em 2019.
Segundo o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate a Fome, Wellington Dias, essa piora é reflexo do desmonte das políticas públicas sociais que vivemos nos últimos anos. “O país sofreu muito nos últimos três anos pela falta de cuidado e atenção com os mais pobres. Se tornou comum ver pessoas passando fome, na fila por ossos e catando comida no lixo para se alimentar. Isso foi a quebra e interrupção de um trabalho iniciado pelo presidente Lula em seus primeiros governos e que trouxe grandes avanços nesta área. Esse relatório da FAO comprova que os últimos anos representaram um período de degradação da população mais pobre do nosso país”, destacou o ministro.
Capa do relatório versão em Português
Dias afirma que o objetivo é novamente retirar o Brasil do Mapa da Fome e da Insegurança Alimentar, além de reduzir a pobreza. Ele destaca os resultados iniciais do novo Bolsa Família, com 18,5 milhões de famílias e 43,5 milhões de pessoas elevando sua renda este ano e superando a linha da pobreza.
Rafael Zavala, representante da FAO no Brasil, reconhece que o relatório revela uma tendência preocupante e desafiadora para alcançar a meta de acabar com a fome no mundo até 2030. Ele ressalta que, globalmente, além dos problemas de saúde causados pela pandemia, a fome e má nutrição representam grandes desafios. Embora enfrente desafios na distribuição de alimentos, Zavala menciona que o caso do Brasil é diferente, graças às políticas públicas recentemente fortalecidas e à sua gigante produção alimentar. Ele expressa confiança de que o país sairá novamente do Mapa da Fome.
Plano Brasil sem Fome
Para combater essa realidade preocupante, o Governo Federal, por meio do MDS e de mais 23 ministérios em conjunto preparam o lançamento do plano Brasil sem Fome, iniciativa construída a partir da experiência adquirida durante a trajetória que tirou o país do Mapa da Fome. Programas como o Fome Zero e o Brasil Sem Miséria inspiraram a aposta na reativação de um repertório de políticas públicas que fizeram do Brasil uma referência mundial nessas áreas.
O Plano Brasil Sem Fome organiza-se em três eixos:
– Acesso à renda, redução da pobreza e promoção da cidadania;
– Segurança Alimentar e Nutricional: alimentação saudável da produção ao consumo;
– Mobilização para o combate à fome.
Metas do Brasil Sem Fome e seus Eixos:
– Tirar o Brasil do Mapa da Fome até 2030;
– Reduzir a extrema pobreza (a 2,5%) e a pobreza, com inclusão socioeconômica;
– Reduzir a insegurança alimentar e nutricional.
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com informações de agências
Edição: Bárbara Luz