A paisagista Elaine Perez Caparroz disse ontem (13), em depoimento no 3º Tribunal do Juri não ter dúvidas que o crime praticado contra ela foi premeditado. Ela sofreu uma tentativa de feminicídio em fevereiro do ano passado quando foi espancada por quatro horas pelo estudante de direito, Vinicius Batista Serra, no apartamento da vítima, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.
A pedido do Ministério Público, será feita uma nova perícia para comprovar se Vinícius sofre de algum tipo de transtorno mental, conforme alega sua defesa. Segundo o juiz Alexandre Abrahão, para garantir a máxima transparência na elaboração do laudo, a perícia será feita na presença dos assistentes técnicos, tanto da defesa quanto da acusação, o que não ocorreu com o documento apresentado pelos advogados.
No depoimento, Elaine contou que ela e Vinícius se conheceram por meio da rede social Instagram e depois passaram a se comunicar pelo aplicativo de mensagens WhatsApp. Apesar de responder diversas vezes que não estava interessada em conhecê-lo pessoalmente, após quase oito meses de insistência, ela concordou em recebê-lo na própria casa. Elaine é mãe do lutador de jiu-jitsu, Rayron Gracie.
Elaine narrou que, ao chegar ao seu condomínio, Vinícius deu o nome de Felipe ao porteiro, mudando, depois, para Vinícius Felipe, para que ela autorizasse sua entrada. Ela afirmou que a primeira impressão que teve dele foi a de um homem simpático, gentil e educado.
Após beberem uma garrafa de vinho, eles começaram a assistir a um filme, por sugestão de Vinícius. Quando já se sentia tonta, Vinícius começou a beijá-la e os dois foram para o quarto. Ela se lembra de ter dormido e depois acordado com Vinícius jogando-a no chão e batendo em seu rosto. Quanto mais ela gritava para parar, mais ele a agredia com socos e mordidas. Por fim, depois de muito tempo, Vinicius a levantou e a apertou com tanta força que ela desmaiou.
Sua última recordação daquele dia foi de ter acordado com o quarto já em silêncio e de ter engatinhado até a porta para pedir socorro.
Também prestou depoimento o policial militar Abel Soares, um dos que atenderam ao chamado feito pelo número 190. Ele contou que chegou ao prédio no momento em que Vinícius saía do elevador, já na recepção, com a mão ensanguentada. Seu colega teria subido ao apartamento, enquanto ele ficou com Vinícius na recepção. Minutos depois, recebeu a ordem de algemá-lo, o que foi feito sem nenhuma resistência por parte do agressor, que parecia confuso. Sobre o cenário do crime – o apartamento de Elaine - o policial contou que era “o pior possível”.