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Ministério da Saúde distribui cloroquina a Estados para tratamento de Covid-19

Nota informativa da pasta estabelece que medicamento deve ser utilizado apenas em pacientes hospitalizados com formas graves da doença

30/03/2020 15h01
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O Ministério da Saúde começou a distribuir 3,4 milhões de unidades dos medicamentos cloroquina e hidroxicloroquina a todos os Estados do país para uso em pacientes com formas graves da Covid-19. Apesar de reconhecer que "ainda não há evidências científicas suficientes que comprovem a eficácia do medicamento para casos de coronavírus", a pasta ressalta que "estudos promissores demonstram o benefício do uso em pacientes graves".

Na última sexta-feira (27), o Ministério da Saúde publicou uma nota informativa sobre o uso da cloroquina no tratamento da doença. No texto, a pasta diz que o medicamento será disponibilizado como terapia adjuvante no tratamento de pacientes hospitalizados e em estado grave, para uso a critério médico. O profissional de saúde deve avaliar caso a caso e utilizar o fármaco se entender que ele pode ser benéfico para o paciente.

Para tomar a decisão de distribuir a cloroquina e a hidroxicloroquina, o Ministério da Saúde considerou, segundo a nota informativa, que "algumas publicações científicas internacionais têm sugerido que esses fármacos podem inibir a replicação de Sars-Cov". A pasta avaliou também que a cloroquina "é um tratamento de baixo custo, de fácil acesso e também facilmente administrado" e que os laboratórios públicos brasileiros têm capacidade de produzir o medicamento em larga escala.

De acordo com o Ministério da Saúde, o protocolo prevê cinco dias de tratamento e o indica apenas para pacientes hospitalizados. A cloroquina e a hidroxicloroquina devem complementar os outros suportes utilizados no tratamento, como assistência ventilatória e medicações para os sintomas, como febre e mal-estar.

Segundo a pasta, considera-se que "o uso de cloroquina ou de hidroxicloroquina pode ser seguro", embora a margem entre a dose terapêutica e a dose tóxica "seja estreita". O Ministério da Saúde ressalta que "a automedicação é contraindicada" e que a medida "poderá ser modificada a qualquer momento".

O quantitativo da primeira distribuição dos medicamentos foi calculado conforme o aumento de casos de Covid-19 no Brasil e a velocidade de transmissão do coronavírus no país. De acordo com a pasta, a quantidade enviada a cada Estado e ao Distrito Federal "será suficiente para atender de imediato os pacientes hospitalizados e para o pronto atendimento de novos casos". Nenhum Estado receberá menos de quatro caixas do medicamento (2.000 comprimidos).

Pesquisa. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também liberou, na última sexta-feira (27), a pesquisa com hidroxicloroquina para o tratamento da Covid-19. A licença permite ao Hospital Israelita Albert Einstein e a colaboradores avançar nas pesquisas clínicas em busca da cura da doença. 

A cloroquina existe há mais de 80 anos e foi desenvolvida como um medicamento antimalárico. Já a hidroxicloroquina existe desde 1955 e é semelhante à cloroquina, mas menos tóxica. O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de hidroxicloroquina.

A Anvisa autorizou o e desenvolvimento de ensaio clínico para uma nova indicação terapêutica dos medicamentos em questão. O ensaio clínico é um estudo sistemático de medicamentos em voluntários humanos que segue as diretrizes do método científico. Os objetivos incluem descobrir ou confirmar os efeitos e identificar as reações adversas ao produto investigado.