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Zema prevê rombo de R$ 7,5 bilhões e volta a defender abertura de alguns setores da economia

Segundo o governador, o déficit na arrecadação em Minas está ligado ao isolamento social por coronavírus

31/03/2020 14h23
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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, afirmou que o estado já prevê rombo de R$ 7,5 bilhões na arrecadação deste ano por conta do isolamento social devido à pandemia do coronavírus, causador da doença COVID-19. Em entrevista, nesta terça-feira, ele destacou que um estudo para flexibilização das medidas de quarentena está sendo realizado e manteve o discurso da necessidade de reabertura de lojas de alguns setores da economia por receio à falta de alimentos e medicamentos à população.

“Não estou abrindo perfumaria, loja de joias. Não quero que falte produto no supermercado nem remédio nas farmácias.  Estou tomando medidas, mas com muito critério e responsabilidade. Estamos fazendo isso consultando as entidades de classe. Tudo sendo feito consultando os sindicatos. Se nós tivermos um fechamento 100%, não vamos ter o que comer nem medicamento. Um estabelecimento comercial onde trabalham duas pessoas em 10 m² não vai ter o mesmo tratamento de um cinema ou uma sala de eventos que comportam 800 pessoas", comentou, antes de analisar os possíveis défices.

 “Nossa previsão para este ano, caso se confirme o que os economistas estão prevendo de pior, é de redução de R$ 7,5 bilhões na arrecadação. Isso representa duas folhas de pagamento do estado. Pode comprometer ainda mais nossas finanças, que estão bastante ruins”, ressaltou.

O governador informou que convocou laboratórios privados para realizar exames de dianóstico para o coronavírus. Segundo Zema, a Fundação Ezequiel Dias (Funed) dobrará o número de testes.

“Hoje, são 200 por dia. Amanhã já passa para 400 por dia. Em dois ou três dias, poderá passar para 1800 por dia após o treinamento das pessoas que chegam para reforçar”, previu. “Já convocamos laboratórios privados para que também passem a fazer esses exames”, complementou. 

Zema revelou que o estado ainda receberá um lote de exames enviados pelo governo federal. "Minas vai receber cerca de 40 mil deses exames. Esse exame está em falta no mercado. A pessoa consegue encontrá-lo, mas por um valor extremamente elevado. Estamos tomando todas as medidas que estão ao nosso alcance”, assegurou. 

Zema também garantiu que já tomou medidas para aumentar o estoque de equipamentos de proteção a profissionais da saúde. Trabalhadores da área denunciaram a falta dos produtos básicos para prevenção ao vírus e contato com pacientes. 

“Neste frenesi todo, eventualmente pode estar havendo alguma falta em algum lugar do estado. Produtos sumiram do mercado. Muitas vezes estão com preço lá em cima. Várias indústrias já foram acionados e estão se adequando para produzir esses produtos. Presidiários estão produzindo máscaras. Nos próximos dias, a situação já deve ter sido regularizada”.

Outros pontos da entrevista de Zema

 Recomendações da OMS sendo adequadas

"Temos de tratar de forma diferente cidades diferentes. Mas que temos que tomar medidas de isolamento, temos. O grau delas é que pode variar. Toda medida está priorizando a vida humana".

Situação de Minas durante pandemia em relação a outros estados

 "Nossa situação, proporcionalmente a outros Estados, é menos pior. Mas não estamos em condição de falar 'melhor'. Tomamos medidas preventivas com antecedência, e os casos estão avançando em velocidade muito menor que em outras regiões do Brasil. Nossas aulas foram suspensas antes das de São Paulo. Tudo isso tem contribuído para que nossa curva não esteja tão inclinada para cima. Os novos casos que têm sido mostrados diariamente comprovam isso”. 

Assistência técnica como serviço essencial

"Precisamos das assistências técnicas. Tem caminhão parado por falta de lona de freio. As assistências técnicas precisam estar funcionando. Pararam tratores que estão plantando ou colhendo.  A cadeia produtiva de alimentos não pode parar. Apareceram muitas reclamações de caminhões e tratores sem poder operar. Isso é perigoso, pois, daqui a pouco, o alimento fica escasso e mais caro. Tenho certeza que não é isso que a população quer”.

Posicionamento sobre isolamento social segue o tom crítico de Jair Bolsonaro? 

"Tenho procurado seguir opiniões de especialistas em epidemias para fazer o melhor para o povo mineiro. É isso o que tem sido feito".