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Meio Ambiente

Obras do programa de revitalização do rio São Francisco melhoram infiltração de água no Norte de Minas

Obras na sub-bacia do Córrego Sumidouro deixam paisagens mais verdes em São João do Pacuí e previnem erosões

09/05/2024 17h22
Por: Redação
Fonte: Secom Minas Gerais
Emater-MG / Divulgação
Emater-MG / Divulgação

As obras realizadas em São João do Pacuí, no Norte de Minas, dentro do programa de Revitalização das Sub-bacias Hidrográficas do rio São Francisco, já apresentam bons resultados. Atualmente, mesmo com o início do período seco, é possível notar paisagens verdes e uma redução do carreamento de terra para o curso d 'água.

Os trabalhos de conservação do solo e da água e a revitalização da sub-bacia do Córrego Sumidouro foram realizados no segundo semestre de 2023. 

O programa da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa-MG) , da  Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater–MG) e da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf) está ajudando na revitalização das sub-bacias Hidrográficas do rio São Francisco. 

Em São João do Pacuí, foram feitas 300 barraginhas (bacias de captação de água) e 20 quilômetros de terraços no programa, com investimento de cerca de R$ 184 mil.

A iniciativa beneficiou vários produtores rurais da região, com propriedades na bacia do Sumidouro, e contou com a parceria da prefeitura. “Começamos a demarcação das áreas no final de julho de 2023 e, em novembro, foram feitas as obras das bacias e  terraceamentos. A seleção das propriedades contemplou comunidades dentro da sub-bacia e com mais processos erosivos”, explica a engenheira agrônoma da Emater-MG, Célia Cristina Leite Marques.

Verde no semiárido

Segundo ela, o córrego Sumidouro é um importante manancial do município, localizado na região do semiárido mineiro. “Com as obras, houve um aumento no volume de água para o abastecimento do lençol freático e uma maior contenção de erosões”, salienta Célia Marques.

Um dos beneficiados pelo programa, o produtor Rodrigo Beltramine obteve quatro bacias de captação de água de chuva e um terraceamento em sua propriedade. “O serviço segurou mais a umidade na terra. Com as chuvas do início do ano, o capim voltou com força e acabou o problema de alguns buracos, que apareciam no terreno. Na região havia locais com problema de assoreamento, o que acabou com as obras”, comenta.

O agricultor conta ainda que sua propriedade fica próxima de uma rodovia e, no ano passado, teve problemas de incêndio em duas áreas. “O local onde foram feitas as barraginhas já se recuperou, enquanto a outra área ainda não. Então dá para ver que as barraginhas mantêm mais a umidade, o que é muito importante principalmente na nossa região que é bem seca. Então quanto mais obras desse tipo forem feitas, melhor para o povo do município e também para a bacia hidrográfica”, observa Rodrigo.

Desenvolvimento sustentável

Desde o início do programa em 2008 até o momento, cerca de 150 municípios já foram beneficiados com ações de revitalização em mais de 140 sub-bacias. A Emater-MG atua na mobilização dos produtores e na escolha dos locais mais adequados para a execução das obras, além de estabelecer o contato com as prefeituras e com os Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS).

O diretor de Desenvolvimento Rural Sustentável da Seapa, Roberth Rodrigues e Silva, é o gestor do projeto pela secretaria. Ele explica que o programa desenvolve ações fundamentais não só para revitalização do rio São Francisco como para o desenvolvimento rural sustentável da região. 

“Estas intervenções são uma técnica muito eficiente para melhorar a infiltração de água no solo. Assim há um aumento da quantidade de água nas sub-bacias e, consequentemente, na vazão dos córregos e rios, possibilitando as atividades agropecuárias e o abastecimento humano”, salienta Roberth.

Além do efeito positivo da ação das barraginhas, o Programa de Revitalização das Sub-bacias do rio São Francisco desenvolve ações complementares como a proteção de nascentes, de matas ciliares e de topo, adequação ambiental de estradas vicinais e construção de curvas de nível, dentre outras práticas para o desenvolvimento de uma agricultura sustentável.