Para Atlético revelar, diretor da base diz que trabalho não pode ser reiniciado a cada dois, três anos

Por Itasat

Uma das críticas de parte da torcida do Atlético e até da imprensa é o fato de o clube revelar poucos jogadores nas categorias de base. A comparação é sempre com o Santos, que aparece com atletas jovens no time principal todo ano. Mas, para o diretor das categorias de base do Galo, Júnior Chávare, o problema está na reformulação constante do objetivo do clube para as divisões inferiores.

“O grande erro que pode se cometer na categoria de base é zerar tudo e começar de novo de dois em dois anos ou de três em três. Você nunca vai conseguir produzir o efeito final que você quer. Isso é estatístico, mais do que isso, está cheio de exemplos pelo Brasil. Os clubes que insistiram em fazer mudanças constantes, mais do que em pessoas, mas em conceitos, não conseguiram colher. Temos clubes que estão há dez, 15, 20 anos no mesmo processo, entra em uma linha de produção, vira uma coisa natural, todo ano você está revelando”, declarou Chávare em uma live promovida pela TV Galo nesta quinta-feira.

Chávare chegou ao Atlético em maio do ano passado para substituir Marques, que estava no cargo desde o início de 2018 e havia sido promovido a gerente de futebol da equipe profissional. Indicado pelo então diretor de futebol Rui Costa, demitido pelo clube no fim de fevereiro, Chávare continuou com a confiança do presidente Sérgio Sette Câmara, que deixou claro para ele o que queria para as categorias de base, quando foi contratado.

“O presidente Sette Câmara foi muito enfático na minha chegada. Ele pediu muito que a gente conseguisse reativar esse processo de revelações. Esse é o grande objetivo do clube. Não tenho dúvida que vamos conseguir fazer do Atlético um clube referência de revelação de atletas no país”, assegurou.

Antes de Chávare e Marques, o Atlético contou por 13 anos com André Figueiredo na coordenação das categorias de base. Ex-zagueiro, revelado pelo próprio clube, o profissional assumiu o cargo em 2004 e permaneceu até o fim de 2017, quando foi desligado após Sette Câmara vencer as eleições para a presidência.