A transição energética está, atualmente, no centro de debates em todo o mundo. O tema tem como base mitigar as mudanças climáticas, reduzir a dependência de combustíveis fósseis e promover fontes renováveis de energia como solar e eólica. Minas Gerais vem, cada vez mais, se tornando referência na discussão, já que grande parte da energia produzida no estado é limpa. E o avanço pode ser ainda maior.
Exemplo vem do Sul de Minas. O governador Romeu Zema vistoriou, nesta quinta-feira (13/6), as obras de construção do primeiro Centro de Hidrogênio Verde de Minas Gerais, na cidade de Itajubá.
A unidade de pesquisa produz estudos sobre a utilização do hidrogênio no abastecimento de veículos, como uma alternativa para reduzir a poluição pela queima de combustíveis fósseis.
“Estou aqui em Itajubá, conhecendo o que pode ser o futuro da energia verde. Trata-se da primeira usina de hidrogênio verde do estado, uma das primeiras do Brasil. E podemos ver aqui um processo totalmente limpo que só usa água e energia elétrica, mostrando que o futuro está ao nosso alcance. Com o tempo, é só termos uma escala e custo menor para que o hidrogênio verde venha substituir a maioria dos combustíveis fósseis”, destacou o governador.
Romeu Zema ressaltou também os avanços do estado na transição energética.
Em 2021, Minas Gerais se tornou o primeiro estado da América Latina a aderir à campanha Race to Zero, iniciativa global liderada pelo Reino Unido que pretende neutralizar as emissões líquidas de gases de efeito estufa no planeta até 2050.
"Lembrando que em Minas temos uma das matrizes energéticas mais limpas do Brasil, mais de 95% da nossa energia já é verde e estamos trabalhando para que o estado se destaque e venha a ser protagonista na transição energética", completou Romeu Zema. | ||||
Centro de pesquisas
Alimentado exclusivamente por energia solar, o CH2V é o primeiro centro de pesquisa em Hidrogênio do Brasil e incluirá disciplinas sobre hidrogênio verde para estudantes acadêmicos. Instalada na Universidade Federal de Itajubá (Unifei), a unidade foi criada após investimento de R$ 25 milhões do governo da Alemanha, por meio da agência estatal GIZ.
O Centro de Pesquisas da unidade foi inaugurado em setembro de 2023, porém a construção da estrutura que vai produzir hidrogênio ainda está em andamento, com cerca de 90% de execução.
A unidade possui um eletrolisador de 300 kW, que será capaz de produzir 100 quilos de hidrogênio por dia.
O professor Marcos Aurélio de Souza, que atua na área há 32 anos, explicou como funciona o processo.
“O hidrogênio é considerado verde quando a fonte primária de energia é sustentável, como no caso aqui dos painéis solares. É feito um processo de hidrólise da água, ou seja, utilizamos uma corrente elétrica na água para separar o hidrogênio do oxigênio. Esse hidrogênio, portanto, é uma forma de você estocar essa energia que não é perene. Além disso, esse hidrogênio também pode ser estocado e utilizado quando necessário”, explicou.
Investimento em educação
Ainda na cidade, o governador vistoriou as obras do novo anexo da Universidade Federal de Itajubá. No local funcionará o Centro de Empreendedorismo, um coworking com espaço de pesquisa e aprendizado voltado para alunos do ensino médio da rede pública estadual. As obras, que tem previsão para serem entregue em 2025, mesmo ano em que o projeto deve entrar em funcionamento, contaram com recursos do Programa de Apoio às Universidades Federais de Minas, do Governo do Estado .
O reitor da Unifei, Edson Bortoni, explica que o programa deve atender cerca de 10 mil alunos por ano, dependendo da disponibilidade de horários. “O projeto inclui dois laboratórios de coworking, cada um com 450 metros quadrados, e um laboratório de prototipagem com 250 metros quadrados, equipado com tecnologia avançada. Nesse espaço, os alunos do ensino médio e da universidade resolverão problemas reais propostos por empresas parceiras, colaborando com empresas da região do Sul de Minas e do Vale do Paraíba”, explicou.