Cruzeiro aposta em negociações para amenizar problemas financeiros em 2020

O Cruzeiro deve negociar jogadores na virada de 2019 para 2020 de modo que a crise financeira seja amenizada. Na próxima temporada, a receitas do clube cairão de maneira significativa em função do rebaixamento à Série B. 

Um dos atletas mais observados no mercado é o zagueiro Fabrício Bruno. Recentemente, o jogador de 1,92m recebeu consulta do Celtic, da Escócia, conforme noticiado pelo site Globoesporte e confirmado pelo Superesportes. 

“Existe uma consulta, uma negociação, mas sobre valores, não tem nada definido. Eles ofereceram valores que não são o que a gente quer. A gente fez contraproposta. Existe uma proposta de empréstimo e uma de compra, só que os valores não são o que a gente quer”, afirmou à reportagem o vice-presidente de futebol Márcio Rodrigues.

Fabrício Bruno, de 23 anos, tem mercado no futebol europeu. Em janeiro de 2019, o Cruzeiro recusou proposta de 400 mil euros (R$ 1,7 milhão) para emprestar o zagueiro ao SPAL, da Itália, com os direitos fixados em 4 milhões de euros (R$ 17 milhões). 

O Cruzeiro detém 70% do ‘passe’ de Fabrício Bruno. Com relação ao também zagueiro Cacá, de 20 anos, a participação é em 80%. O jovem se valorizou pela participação positiva na reta final do Brasileiro, sendo um dos poucos poupados de críticas de torcedores. 

Com 1,85m, Cacá se mostrou um defensor de boa impulsão, recuperação e velocidade. E participou bem ofensivamente, fazendo um gol de cabeça na vitória por 2 a 0 sobre o Botafogo, dia 31 de outubro, pela Série A.

No meio-campo, Éderson, de 20 anos, destacou-se pelas constantes subidas para participar de jogadas de ataque. Ele fez dois gols no Brasileiro. Embora tenha recebido sondagens, não houve nenhuma proposta pelos direitos do atleta.

O site alemão Transfermarkt avalia Fabrício Bruno em 1,5 milhão de euros (R$ 6,79 milhões), Cacá em 2 milhões de euros (R$ 9,06 milhões) e Éderson em 2,5 milhões de euros (R$ 11,32 milhões). 

Até mesmo jogadores mais experientes têm mercado. É o caso de Dedé, outrora pretendido por Palmeiras e Flamengo. Egídio, por sua vez, despertou o interesse do Santos, segundo a Rádio Itatiaia. Já Dodô estaria na mira do Corinthians, de acordo com o Esporte Interativo. 

Em 2019, o Cruzeiro fez algumas negociações emergenciais para pagar salários. Em julho, vendeu Raniel ao São Paulo, por R$ 12,8 milhões, e Lucas Romero ao Independiente-ARG, por 8,8 milhões. Em junho, havia acertado a transferência de Murilo para o Lokomotiv Moscou, da Rússia, por R$ 8,1 milhões. Os valores correspondem aos percentuais de direito do clube. 

Mesmo se efetuar vendas, o Cruzeiro está longe de resolver os problemas financeiros. Será necessário costurar acordos para liberar atletas com salários altos e/ou conseguir rescisões por valores menores. O problema é que já há atrasos nas folhas de outubro, novembro e 13º, além de oito meses de direitos de imagem não pagos. 

A má gestão do presidente Wagner Pires de Sá resultou em aumentos substanciais de salários tanto de jogadores quanto de dirigentes. Segundo o ex-gestor de futebol Zezé Perrella, a dívida geral gira em torno de R$ 700 milhões. O balanço do exercício de 2019 só será divulgado em abril de 2020.