Por Itasat
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nessa segunda (20), que o presidente Jair Bolsonaro pode fazer trocas no comando dos ministérios se houver uma "grande divergência" em relação ao que fazer durante o combate à pandemia do novo coronavírus. O ministro também voltou a defender que o funcionalismo público fique dois anos sem reajuste de salário. Guedes participou de live organizada pelo BTG Pactual.
"Isso é a contrapartida que tem de ser dada durante a crise. O gasto com funcionalismo não pode continuar subindo descontroladamente. Em meio à pandemia, com pessoas perdendo emprego, será que funcionalismo poderia contribuir?", propôs.
Guedes lembrou que houve projetos e estudos propondo cortar o salário dos servidores em até 25%, mas disse que não pretende cortar renda neste momento.
Sobre o combate à pandemia, Guedes disse ser importante considerar os aspectos da saúde, mas também o lado econômico.
"Se houver divergência de opinião exarcebada, não é o ministro que escolhe o presidente, é o presidente que escolhe o ministro, e não significa nenhum desapreço ao aspecto de preservar vidas", disse o ministro, que participa de entrevista ao vivo no canal do BTG Pactual no Youtube.
Guedes disse que alguns setores da economia podem manter um certo distanciamento social, com proteção adequada aos trabalhadores, mas sem propriamente adotar o isolamento social, para que o sistema econômico possa continuar funcionando, com abastecimento de comida e outros serviços essenciais.
Segundo o ministro, a ajuda do governo aos informais deve chegar a R$ 110 bilhões ou R$ 114 bilhões, segundo as últimas contas da equipe econômica. Ele disse que a categoria dos taxistas tem sido incluída no grupo de profissionais que receberá o auxílio. Ainda segundo ele, foi o próprio presidente Bolsonaro que pediu o aumento do auxílio de R$ 500 para R$ 600 mensais, para mostrar uma preocupação com a proteção dos mais vulneráveis.
Guedes ressaltou que há pessoas que sugerem que o recolhimento de impostos seja suspenso por um certo período, para que se dê um alívio às empresas. O ministro, contudo, disse que isso não pode ser feito, porque desorganizaria o sistema econômico. Para ele, a depender de como o País reagir à primeira onda da pandemia, o governo poderia aprofundar ou não o combate à segunda onda, de natureza mais econômica.