Conselho de Ética do Cruzeiro pede explicações a Wagner e Hermínio em processo que pode resultar em exclusões

Por Itasat

Após oficializar nesta quarta-feira a expulsão de 30 conselheiros, que mantiveram os mandatos e também eram remunerados pelo clube, o Cruzeiro agora avança em direção à membros da última gestão. O Conselho de Ética e Disciplina do Conselho Deliberativo enviou um documento por e-mail ao ex-presidente Wagner Pires de Sá e ao seu ex-vice Hermínio Lemos pedindo explicações sobre o atraso no pagamento de salários e de direitos trabalhistas por mais de três meses, o que causou a saída de jogadores de graça por justa causa e, consequentemente, a perda de patrimônio do clube.

Ambos foram notificados e já responderam ao e-mail. Agora, a defesa de Wagner e Hermínio será analisada antes da decisão final, que pode resultar na exclusão do ex-presidente e do ex-vice do quadro de conselheiros. A informação foi divulgada pelo jornal Hoje em Dia e confirmada pela reportagem da Itatiaia junto a integrantes do Conselho de Ética e Disciplina do Cruzeiro.

Wagner Pires alegou, em entrevista ao Hoje em Dia, que recebeu a carta sem assinatura e que o documento não teria validade. No entanto, o Conselho de Ética enviou a notificação com as assinaturas dos membros do Conselho de Ética para os endereços dos ex-dirigentes. Hermínio não foi encontrado para comentar a notificação.

Criado no fim de janeiro deste ano, o Conselho de Ética e Disciplina do Cruzeiro pode analisar, de acordo com o inciso IV do Artigo 18 do Estatuto do clube, uma suposta infração “de natureza grave” cometida por conselheiros natos, efetivos ou suplentes. Conforme o parágrafo 1º do mesmo artigo, o conselheiro benemérito, que é o caso de Wagner Pires e Hermínio Lemos, pode perder o mandato se comprovada a violação ao inciso IV.

Até o momento, seis jogadores deixaram o Cruzeiro de graça após acionarem a Justiça do Trabalho devido à falta de pagamento de salários e outros direitos, como o depósito do Fundo de Garantia: o goleiro Rafael, o zagueiro Fabrício Bruno, o volante Éderson, o meia Thiago Neves e os atacantes Fred e David.

Dois deles ainda pedem na Justiça quantias astronômicas por valores não pagos: Thiago Neves alega ter direito a R$ 16 milhões, enquanto Fred diz que tem a receber cerca de R$ 75 milhões.