Por Itasat
O prefeito Alexandre Kalil afirmou que pensar em futebol agora é coisa de "débil mental" e ressaltou que o esporte em Belo Horizonte só vai voltar em maio se for por ordem da Justiça. A declaração foi dada nessa quinta-feira (30), ao programa SportsCenter, da ESPN Brasil.
“Aqui em BH, para voltar com o futebol, a FMF terá que conversar com o prefeito, que é quem manda na cidade e proibiu eventos. Aqui não vai abrir, a não ser que a Justiça mande. O prefeito não vai abrir, aqui não tem futebol. De acordo com o STF, quem manda na cidade é o prefeito. Se eles quiserem jogar na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, aí tudo bem. Aqui em BH ninguém vai jogar”, reforçou o chefe do executivo.
Kalil ainda criticou as entidades que cogitam o retorno dos jogos no país em meio à pandemia.
“Falar em voltar alguma coisa agora, como o futebol, que envolve muita gente, pelo menos 200 pessoas em uma partida, além de mais 11 caras que vão se estapear dentro de campo, é um descolamento total da realidade. Ninguém sabe o que é corpo em saco plástico. Pensar em futebol, agora, é coisa de débil mental”, afirmou.
A declaração foi dada no mesmo dia em que a Federação Mineira de Futebol (FMF) se reuniu com as autoridades estaduais para iniciar a criação de protocolos que permitirão a retomada das partidas no estado.
Durante as críticas, Kalil citou a cidade de São Paulo, onde estão utilizando contêineres frigoríficos para colocar corpos das vítimas do novo coronavírus.
"Esse povo é louco. Estão comprando saco plástico, estão encostando caminhão frigorífico, estão colocando caixão na rua, fazendo cova rasa, e estão pensando em futebol? Ninguém gosta de futebol mais que eu. Vocês estão achando que eu almoço no domingo com meus filhos conversando de política, de Brasília? Os meninos nem sabem o que é isso. É o papo mais chato que existe. A gente só fala de bola. Mas pensar em futebol, agora, é coisa de débil mental, vocês vão me desculpar", disse.
Kalil garantiu que, em Belo Horizonte, só haverá jogos se for por decisão judicial. O prefeito citou ainda o fechamento dos pequenos comércios da capital mineira como exemplo.
“Todo mundo sabe que não sou modesto, nem demagogo. E o cara que vende churrasquinho, que está liquidado aí na rua? E o cara que tem o barzinho dele, que vende a cerveja gelada? Quem tem muito é que está com muita pressa. É pra todo mundo. Na Bélgica, na Itália, na Holanda, eles fazem o que quiserem. Aqui na cidade, a Federação Mineira, para mexer com futebol mineiro, vai ter que conversar com o prefeito. Se eles estão achando que vão chegar lá e (decretar): "Vai abrir", não vai abrir não”.
O prefeito de BH voltou a falar que tem conhecimento da situação que a covid-19 causa, por ter um filho médico, e disse que o brasileiro não conhece guerra.
“Eu estou à vontade para falar, pois tenho um filho médico, que está no hospital e que todas as noites eu tenho que rezar para que ele chegue bem em casa. E ficam falando em voltar o futebol? O povo brasileiro não conhece guerra. Tivemos uma olimpíada suspensa, não tivemos Copa do Mundo por causa de guerra. O futebol é a coisa mais importante entre as menos importantes do mundo”.
Kalil pede elogia a população mineira, pede a continuação do apoio e diz que se continuar o isolamento e com as medidas de proteção, BH vai sair bem da pandemia.
“É muito importante a população de BH entender que ela está fazendo a diferença e que quanto mais ela ficar em casa, mais rápido nós vamos reabrir essa cidade. No caso da pandemia, são 20% de gestão pública e 80% da população, que sabe o risco que corre ao sair às ruas. Se a população de BH continuar respondendo bem nesse momento de crise, vamos sair bem dessa tragédia”, comentou.