Por Itasat
O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Celso de Mello, determinou nesta quinta-feira (30), que o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro preste depoimento à Polícia Federal em até cinco dias para esclarecer as acusações feitas contra o presidente Jair Bolsonaro. Celso de Mello, que considerou “razões de urgência” apontada por um grupo de três parlamentares, havia fixado inicialmente um prazo de 60 dias para a oitiva.
A decisão do decano, de antecipar a realização do depoimento, sinaliza que o inquérito deve ter rápida tramitação na Corte. Uma das vozes mais críticas ao presidente da República, Celso deixa o tribunal em novembro, abrindo a primeira vaga no Supremo para indicação de Bolsonaro. O presidente já manifestou o desejo de indicar um nome “terrivelmente evangélico” para a vaga do ministro.
O pedido de antecipação do depoimento de Moro foi apresentado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e os deputados Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES). Os parlamentares também solicitaram que Celso de Mello mantenha todos os delegados que pertencem ao Serviço de Inquéritos Especiais, que atua em investigações na Corte. Sobre esse outro pedido, o decano decidiu aguardar manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR).
O inquérito foi aberto para apurar as declarações de Moro contra Bolsonaro – tanto o presidente quanto Moro aparecem formalmente como investigados no caso. O ex-ministro acusa o presidente da República de interferência política na Polícia Federal para obter acesso a informações sigilosas e relatórios de inteligência.