'O que me preocupa é acharmos que o pico passou e que agora está tranquilo', diz secretário de Minas

Por Itasat

O secretário de estado de Saúde de Minas, Carlos Eduardo Amaral, concedeu nesta segunda-feira uma entrevista. Ele ressaltou que o estado tem números “razoáveis” de casos confirmados e óbitos dentro do perfil da pandemia, em relação ao Brasil e ao mundo. “Isso mostra que os mineiros têm conseguido manter um grau de isolamento, que é o principal fator desses resultados”, disse.

Ele foi questionado se o crescimento exponencial nos casos registrados em Belo Horizonte nesta segunda-feira teria relação com a reabertura do comércio em cidades vizinhas, como Santa Luzia. “Normalmente temos um atraso nas notificações, de 7 a 14 dias. Então, já de cara falarmos que isso vem por conta de uma mudança importante de semana passada, talvez seja um pouco precoce, mas temos notado que em todo estado houve uma redução do isolamento”.

Testes

“As pessoas costumam querer fazer o teste como se fosse um uma certeza de que não têm doença, mas, mesmo que mostre que as pessoas não estão com o vírus, nada garante que amanhã elas não vão pegar a doença”, diz o secretário. Ele também lembra que, pela falta de exames, para acelerar processo só passa pelo teste quem tem os sintomas da doença.

Imunidade

Segundo Amaral, várias pesquisas são feitas. “A tendência desses estudos é revelar realmente que quem já teve o contato com vírus gera imunidade e, gerando imunidade, ela passa a ser uma pessoa que não terá mais doença no futuro”, relatou.

Pico da doença

Diante do levantamento de especialistas da UFMG, que aponta que o pico do coronavírus em Minas pode já ter passado, para o secretário, isso foi fruto de um isolamento oportuno, feito com rapidez. “O que me preocupa é acharmos que o pico já passou e que agora está tranquilo. Não está tranquilo, temos que manter um cuidado importante. Se mantivermos o que fizemos e não relaxarmos praticamente nada, é possível que ali tenha sido o pico”, diz.

Economia

De acordo com o secretário, a saúde não consegue ser separada da economia. “Nós temos que começar a conduzir a sociedade para um retorno harmônico e equilibrado em atividades que tragam menos risco, para que vá começando a ter uma geração de riqueza, porque as pessoas precisam sobreviver no longo prazo, e a base do 'Minas Consciente' (programa do governo estadual para a reabertura gradual do comércio) é tentar medir isso”, afirmou.

Lockdown

Para Amaral, fechar totalmente o estado é uma alternativa possível. “Um isolamento excessivo traz prejuízo econômico, mas se liberamos uma movimentação excessiva e chegarmos a ter a necessidade de um lockdown também é ruim para a sociedade”.