Por Itasat
Em encontro no Palácio do Planalto na tarde desta quinta-feira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse ao presidente Jair Bolsonaro, que eles precisam "encontrar pontos que os unem". Essa foi a primeira vez que os dois se encontraram pessoalmente após um longo período de confronto entre eles, com diversas trocas públicas de farpas.
"O Presidente da República desceu e me convidou para conversar e tomar um café. Aceitei, claro. Conversamos sobre o momento como cada um vem encarando essa crise. O que eu disse a ele é que deveríamos encontrar os pontos que nos unem. Claro que todos têm o mesmo objetivo que é que o Brasil consiga enfrentar a crise, mas também olhar o pós pandemia", afirmou Maia em coletiva de imprensa logo após o encontro que durou menos de uma hora.
O encontro foi articulado pelos ministros Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Braga Netto (Casa Civil), a pedido de Bolsonaro, com o intuito de promover uma reaproximação entre os poderes, segundo fontes. "Deveríamos fazer esse debate em conjunto olhando o que temos de convergência", disse Maia sobre a conversa com Bolsonaro.
Maia afirmou ainda que demorou algumas semanas para responder o convite para o encontro com Bolsonaro, mas disse que a obrigação, como presidente da Câmara, era manter o diálogo. "Foi esse o objetivo, mostrar que queremos soluções para os problemas dos brasileiros", disse. "Conflitos, brigas geram insegurança e perda da confiança da sociedade", afirmou.
Maia disse que falou para Bolsonaro sobre a pressão que há na Câmara para o adiamento do calendário do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e disse que o presidente se mostrou "sensível" ao tema. O ministro da Educação, Abraham Weintraub, é contra a mudança na data do exame.
Maia falou ainda sobre a reformas. "Reforma administrativa com relação dívida/PIB acima de 75% é outra reforma", disse. "Se o Brasil crescer 1% a 2% após crise, custo da dívida será muito ruim", afirmou.
Relação entre presidências
Maia respondeu não ter tratado com o presidente Jair Bolsonaro, no encontro desta quinta-feira, sobre a aproximação do governo com os partidos do Centrão. "Não tratei dos partidos. Tratei da relação da Presidência da Câmara com o presidente da República. Nós queremos gerar convergência", disse.
Maia não quis comentar sobre as críticas de Bolsonaro a ele. "Vamos construir caminhos para sair da crise. Não vou responder" disse.