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Atlético mira exemplo de clube alemão e estuda cobrar ingresso para expor foto de torcedor no estádio

A exemplo de clube alemão

16/05/2020 09h10
Por:

Por Itasat

O futebol brasileiro ainda não tem uma data para retomar as competições, mas o Atlético já pensa em estratégias para obter novas receitas depois que a bola voltar rolar. Como em um primeiro momento, as partidas serão disputadas com portões fechados, o clube alvinegro pretende copiar a ideia do Borussia Mönchengladbach, da Alemanha, cobrando um preço popular para o torcedor adquirir um ingresso e ter uma foto no estádio.

A ideia foi revelada pelo presidente atleticano Sérgio Sette Câmara, em uma live promovida pela TV Galo nesta sexta-feira. De acordo com o mandatário, o clube vai realizar ações para buscar dinheiro de outras formas após a retomada do futebol brasileiro.

“Temos uma equipe muito competente na nossa área financeira que tem trabalhado muito para que a gente encontre saídas. E uma dessas saídas é buscar receitas novas. Eu conto com a torcida do Atlético para isso, tenho certeza de que ela não vai deixar de nos apoiar neste momento. Vamos ter ativações, incluindo jogos sem torcedores a exemplo do que vimos lá na Alemanha, onde um clube vai voltar a jogar, mas os torcedores não poderão estar no estádio e eles vão comprar os ingressos. Logicamente, nós vamos fazer alguma coisa parecida com valores bem em conta. Vamos fazer um painel ou uma foto, alguma coisa que depois a gente possa até levar para o nosso museu”, explicou.

“Vamos ter várias promoções e ativações visando buscar novas receitas neste período para que a gente possa manter o clube minimamente de pé até passar essa crise e alcançar voos bem mais altos depois”, completou Sette Câmara.

Sem jogos, o Atlético, assim como todos os clubes brasileiros, ficou sem nenhuma fonte de receita e está em apuros para quitar os compromissos. Até o momento, o Galo tem dois meses de salários e imagem atrasados, conforme disse o próprio Sette Câmara nessa semana.

“Eu vejo como um momento ímpar porque eu não conheço na história do clube nenhuma outra situação em que nós ficamos sem absolutamente nenhuma receita como agora. Nós não temos receita de jogos, não temos televisão, não temos receita de bilheteria, de negociação de jogador, porque ninguém está fazendo negócio de jogador, não temos praticamente nenhuma receita”, disse.

“Cortar na carne e até o osso”

No fim de março, dias após a paralisação do futebol, o Atlético anunciou a redução escalonada de 25% dos salários de todos os funcionários do clube que recebem mais de R$ 5 mil, incluindo jogadores e integrantes da comissão técnica. Mesmo assim, a diretoria encontra dificuldades para honrar os compromissos. No fim de abril, o Galo teve que usar cerca de R$ 10 milhões que tinha em caixa para quitar uma dívida na Fifa com a Udinese-ITA pela compra do meia-atacante Maicosuel, em junho de 2014. O valor seria usado para pagar o elenco, mas a direção teve que pagar os italianos para evitar perda de pontos no Campeonato Brasileiro.

Diante da situação financeira dramática, Sette Câmara afirmou que a diretoria vem reduzindo os gastos ao máximo, cortando na carne e já “cortando até o osso”.

“Terminando essa live, tenho uma reunião marcada com o pessoal do financeiro. Infelizmente, nós estamos tendo que cortar na carne, eu costumo dizer que já vamos ter cortado até o osso, porque não existe mágica. Mas nós estamos trabalhando duro para poder passar por esse momento de dificuldade”, ressaltou.

“Posso dizer que não é um problema só do Atlético, é um problema que atinge todo o futebol brasileiro. Todos os presidentes com quem eu tenho conversado tem se mostrado extremamente preocupados”, finalizou.