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Cruzeiro

Pedrosa alega que só teve acesso às contas de 2018: ‘Cruzeiro nunca teve um Conselho Fiscal tão atuante’

Criticado pela torcida

22/05/2020 09h51
Por:

Por Itasat

Criticado por grande parte da torcida do Cruzeiro nas redes sociais com a hashtag #PauloPedrosaNão, após ser eleito presidente do Conselho Deliberativo do clube, Paulo César Pedrosa se defendeu. Atual presidente do Conselho Fiscal da Raposa, desde julho do ano passado, ele foi lembrado pelos torcedores logo após o resultado do pleito desta quinta-feira pelo fato de ele ter afirmado em 2019 que não haviam irregularidades nas contas da gestão do ex-presidente Wagner Pires de Sá, apontadas por uma comissão de sindicância interna.

O balanço de 2019 divulgado nessa quarta-feira (20), pela empresa Kroll, contratada em março deste ano pelo Núcleo Dirigente Transitório para investigar os gastos da gestão Wagner Pires de Sá, aponta um déficit de R$ 394 milhões. Questionado, se diante de tantas coisas erradas acontecendo no clube, porque o Conselho Fiscal não tomou alguma atitude, Paulo César Pedrosa mostrou certa irritação e alegou que o órgão não teve acesso aos documentos do ano passado.

Segundo Pedrosa, o Conselho Fiscal só analisou as contas do clube referente aos seis primeiros meses de 2018.

“Essa pergunta é boa e já respondi umas 500 vezes. Foi somente o primeiro semestre de 2018. O presidente do clube tem a caneta na mão para pagar o salário de PJ (pessoa jurídica) de quem ele quiser, de jogador, de funcionário. O Conselho Fiscal fiscaliza os pagamentos se estão corretos, o cruzamento da nota fiscal, o cruzamento dos cheques”, disse.

“Nós conversávamos com todos os funcionários, de todos os departamentos, e não tivemos uma denúncia de irregularidade dos funcionários. E fomos elogiados porque o Cruzeiro nunca teve um Conselho Fiscal, foi só em 2018, tão atuante. Em 2019, nós não estamos olhando nada porque a Kroll abraçou tudo, soltou para a imprensa e não repassou nada para nós. Estamos absolutamente tranquilos”, completou.

Torcedores do Cruzeiro que acompanhavam a eleição nesta quinta-feira no Ginásio do Barro Preto protestaram após a divulgação da vitória de Paulo César Pedrosa ao Conselho Deliberativo. 

Em junho do ano passado, durante o processo eleitoral para o Conselho Fiscal em que terminaria como vencedor, Paulo César Pedrosa afirmou, em entrevista ao site da Itatiaia, ser contra o afastamento de Wagner Pires, que já era alvo de investigação da Polícia Civil e Ministério Público por denúncias de irregularidades no clube. A possibilidade de afastamento era aventada entre alguns conselheiros, mas o ex-presidente conseguiu se manter no cargo por mais tempo e só renunciou ao cargo em dezembro, dias após o rebaixamento do clube para a Série B do Brasileirão.

“Totalmente contra (afastamento do Wagner). Qual o motivo? Só se ele se afastar sozinho, mas por pedido é injustiça. O presidente Wagner é um homem honrado, sério, mais de 50 anos de Cruzeiro, empresário bem-sucedido. Eu tenho as melhores informações dele. E olha que nós desta chapa fomos contra ele na chapa Tríplice Coroa (nas eleições à presidência no fim de 2017). Mas não vejo motivo algum”, disse Paulo César Pedrosa à época.

Pedrosa e os outros eleitos para a mesa diretora do Conselho Deliberativo ficarão no cargo até 31 de dezembro deste ano para cumprir um mandato-tampão. No fim do ano haverá uma nova eleição para eleger os novos integrantes da mesa para o triênio 2021/2023.