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Maia descarta ruptura da democracia e diz que Congresso e STF respondem falas de Bolsonaro 'à altura'

Em entrevista

02/06/2020 09h52
Por:

Por Itasat

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta segunda-feira que o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF) "têm respondido à altura" às afirmações do presidente Jair Bolsonaro que passam do limite.

"O presidente tem um estilo de ser mais contundente, mais duro, mas acredito que essa tentativa de impor a posição dele não vai prevalecer na nossa democracia. Nossas instituições têm respondido à altura às afirmações do presidente que passam um pouco do limite", falou Maia. Apesar de defender a resposta das instituições a Bolsonaro, Maia ressaltou que "os ataques verbais vão gerando um conflito nas relações, uma radicalização que é ruim".

Maia voltou a criticar os conflitos institucionais promovidos por apoiadores mais radicais de Bolsonaro e disse acreditar que, apesar dos conflitos, a democracia brasileira permanece forte e com apoio da população.

"Vivemos um momento muito difícil da nossa geração. Uma pandemia que vai chegar hoje a 30 mil mortos, a economia derretendo, a necessidade de gastos pela recessão que nós vamos passar e junto com isso uma escalada que não vem dessa pandemia, mas se mistura com ela, esses movimentos próximos ao presidente muito autoritários, sempre no ataque a quem diverge, a quem contraria a posição do governo. Eu fui vítima desses ataques, hoje é o Supremo Tribunal Federal (STF) em um movimento gravíssimo", disse.

Para Maia, "a maioria da sociedade não aceita que, no momento, com essas variáveis, a gente possa ter movimentos em 2020 contra o STF, contra o Congresso Nacional, apenas porque divergem". Ele defendeu a necessidade de se respeitar as decisões vindas do STF e falou que as ameaças a integrantes da Corte acontecem para impedir que os ministros continuem "cumprindo suas funções constitucionais".

Em resposta ao deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que disse que uma ruptura institucional no Brasil é questão de tempo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), falou que não vê tal risco no Brasil  e que também não vê nas Forças Armadas um apoio aos pedidos de intervenção militar que surgem dos apoiadores de Bolsonaro. Para Maia, os ministros militares não representam as Forças Armadas.

"Não vejo risco de ruptura por causa da sociedade. Não vejo nas Forças Armadas nenhum respaldo a esses movimentos políticos. Um militar que virou ministro, não representa as Forças Armadas, esses ministros representam a política do governo Bolsonaro. Eles não podem misturar o histórico deles com o que representa as Forças Armadas. São coisas diferentes e assim devemos tratar. Não devemos criticar as Forças Armadas por conta um movimento político de um ministro que foi das Forças Armadas", disse Maia.