Uma mulher de 36 anos foi presa na tarde desta quinta-feira suspeita de injúria racial contra um taxista no bairro Santo Agostinho, na região Centro-Sul de Belo Horizonte.
O homem, de 51 anos, contou à polícia que estava em um ponto de táxi na avenida Alvares Cabral quando ofereceu ajuda para a suspeita, Nathalia Burza Gomes Duplin, e as agressões começaram. “Essa senhora atravessou a avenida com o pai dela, até com dificuldades. Ela passou olhando dentro do carro, aí eu fui e perguntei para ela se ela precisaria de um táxi, ela disse que precisava, mas que não anda com negro.”
A vítima disse ainda que repreendeu a mulher e ela afirmou que não gostava mesmo de negros e que é racista. O homem disse que chamaria a polícia e ela cuspiu no pé dele.
A Polícia Militar foi acionada e a suspeita teria xingado uma militar de sapatão e dito que ela era “uma merda”.
O taxista lamentou o ocorrido e disse que a sociedade não pode deixar passar casos como esse. “A gente em pleno século 21 ainda acha pessoas com atos. A sociedade tem que cobrar sim, em um caso desse, não pode deixar.”
Uma irmã de Nathalia, que não quis de identificar, disse que a mulher sofre de transtornos mentais e que a família estava procurando um hospital para interná-la. “Infelizmente a nossa sociedade não está preparada para lidar com pessoas com transtorno mental. Nem mesmo os policiais são capazes de identificar se a pessoa é doente ou está fazendo aquilo por maldade. Essa questão é muito grave.”
A mulher disse ainda que a irmã não é racista e já se relacionou com negros. “Ela já teve mais de um namorado negro. Um deles é angolano, ele não é preto não, ele é azul.”
Nathalia foi encaminhada para a Central de Flagrantes 2 da Polícia Civil, no bairro Floresta, na região Leste de Belo Horizonte, e pode responder por injúria racial e desacato.