Por Itasat
Quase cinco anos depois, moradores atingidos pela Tragédia de Mariana ainda não receberam nenhum tipo de auxílio financeiro por parte das mineradoras responsáveis pelo desastre. A Justiça estabeleceu prazo de 120 dias para a Samarco, Vale e BHP chegarem a um acordo com as comunidades, que também cobram a recuperação do Rio Doce.
Moradores de áreas rurais da cidade de Santa Cruz do Escalvado cobram a inclusão de mais pessoas na lista dos atingidos. Conforme Sebastião da Silva, que integra a comissão local, "a Fundação Renova (responsável pelas reparações) elaborou uma lista que deixou de fora várias pessoas que tinham direito ao auxílio financeiro, à indenização".
"A vida nossa nas comunidades foi totalmente alterada. Esperamos que a empresa repare os danos, cumpra com os acordos, e respeite os atingidos", diz Sebastião.
Integrante da comissão da cidade de Rio Doce, Ronaldo de Souza também pede reparação social, ambiental e financeira para os atingidos. "Aguardamos até hoje uma reativação justa para que possa resolver o problema de muitas famílias que estão vulneráveis, aguardando um meio para poder sobreviver porque o rio que a gente tinha, que era onde a gente tirava nosso sustento, a gente não tem mais", diz.
Caso não haja acordo entre as mineradoras e as comunidades, o juiz será responsável por arbitrar a medida que considerar mais adequada. Apesar disso, o consultor jurídico Leonardo Rezende está otimista para que a situação seja, em parte, resolvida no diálogo.
"Acreditamos que esses problemas serão resolvidos. Não todos, mas muitos deles. Os que, infelizmente, não for possível obter consenso, ele retorna ao juiz. O que não pode acontecer é o que está acontecendo. Essas populações sofreram os danos desde 5 de novembro de 2015 (data da tragédia) e até hoje continuam sem indenização e sem a restruturação econômica das suas cidades", diz.
A tragédia de Mariana deixou 19 mortes. Mais de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos foram espalhados no meio ambiente, atingindo o Rio Doce.