Por Itasat
A procura pelo remédio ivermectina, usado no tratamento contra piolho, disparou nas farmácias de Minas após boatos de possível eficácia no tratamento contra a covid-19. ?Em algumas regiões do Estado, o estoque do medicamento já está esgotado, mesmo sem a devida comprovação para o tratamento contra o coronavírus.
Contudo, o estudo é preliminar e feito em doses extremamente altas. É o que alerta cientista Isabela Pena, do Instituto Massachusetts de Tecnologia. "Como que pode um remédio para piolho é a nova promessa de cura para covid-19?", diz.
"Não tem comprovação nenhuma de que esse remédio funciona para curar em humanos. A única coisa que a gente tem na literatura é um experimento feito em laboratório, onde foi adicionado uma droga muito alta nas células, quase como uma overdose, e teve redução da carga viral nessas células. O problema é que ele é muito preliminar", alega.
De acordo com ela "para uma drogas ser considerada um remédio, uma cura, um tratamento, tem que fazer testes em humanos, para saber qual a dose segura, qual regime de tratamento,como o remédio funciona, efeitos colaterais", completa.
A especialista alerta: "A ivermetctina não é a cura, não é a prevenção, não é o tratamento para covid-19. E se você está fazendo isso e deixando de lado a máscara, o distanciamento social, você está em risco de contrair a covid-19 e desenvolver o caso grave da doença".
Por fim, Isabela Pena pede: "Não tome remédio por conta própria porque escutou em um WhatsApp ou em um vídeo na internet. A gente tem que esperar a recomendação dos cientistas e só tomar os remédios que, efetivamente, funcionam".