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Coronavírus

Fiocruz e USP investigam 20 suspeitas de reinfecção pelo novo coronavírus

Imunidade temporária?

25/08/2020 13h20
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Por Itasat

A confirmação do 1º caso de reinfectado pela covid-19 no mundo, em Hong Kong, pode ter impacto direto no desenvolvimento de uma vacina. A reinfecção indica que a imunidade contra o vírus seria temporária. Assim, uma dose única do imunizante não seria suficiente para garantir proteção por longo prazo. Além disso, quem já teve a doença também teria de receber a vacina. No Brasil, a Universidade de São Paulo (USP) e a Fiocruz investigam 20 suspeitas de reinfecção.

O estudo divulgado nessa segunda-feira, 24, por pesquisadores da Universidade de Hong Kong mostra que um homem de 33 anos que contraíra o novo coronavírus em abril testou positivo novamente em agosto, após voltar de uma viagem à Espanha. A segunda infecção, porém, foi assintomática. Isso sugere que, apesar de a exposição prévia não ter impedido a nova infecção, o sistema imunológico pode ter preservado algum tipo de memória do vírus.

Há em todo o mundo, sob investigação, vários casos de pessoas que se curaram mas voltaram a testar positivo tempos depois. A reincidência poderia indicar reinfecção ou retorno da mesma infecção após um período de latência.

Existem pelo menos dezesseis possíveis casos em investigação pela Universidade de São Paulo (USP), mais quatro no Rio coordenados pela Fiocruz.

O primeiro caso reportado pela USP, no início de agosto, foi de uma técnica em enfermagem de 24 anos que voltou a ter sintomas pouco mais de um mês após testar positivo. Na 1.ª vez,  em 13 de maio, os sintomas acabaram em 10 dias e ela passou os 38 seguintes assintomática. Depois, em 27 de junho, acordou com forte dor de cabeça, muscular e de garganta, mal-estar, febre, perda de olfato e paladar. 

No 5.º dia em que os sintomas voltaram, deu novo positivo. Os sintomas sumiram 12 dias após, mas a dor de cabeça e a perda parcial do olfato persistiram até 6 de agosto, quando a pesquisa foi divulgada. Na época, ela ainda testava positivo.

O governo paulista anunciou semana passada que o HC preparou um ambulatório específico para pacientes que apresentem sinais de possível reinfecção. O objetivo, diz o Estado, não é só dar seguimento ao atendimento, mas saber se houve recorrência de reinfecção ou há outro vírus em curso que não o covid-19. 

O caso de Hong Kong, porém, é o primeiro em que se pode afirmar com certeza que se trata de uma reinfecção, porque os vírus foram isolados e sequenciados, o que revelou que pertencem a linhagens diferentes. Essa constatação tem impacto em uma futura vacina e também em outro aspecto crucial da pandemia: a possibilidade de uma imunidade de rebanho.