Por O Tempo
Um exame de DNA comprovou as suspeitas de que realmente foi o tio de 33 anos, preso em Minas Gerais, o responsável pelo estupro que ocasionou a gravidez da menina de 10 anos em São Mateus, no Espírito Santo. A gestação da menina foi interrompida com base numa decisão judicial em um hospital de Recife, após a recusa de realização do procedimento em Vitória, capital capixaba.
O resultado do exame ficou pronto na última terça-feira (25) e constatou que o DNA do homem e do feto são compatíveis. O documento, obtido em primeira mão pela "Rede Gazeta", já foi encaminhado ao Ministério Público.
Após ser considerado foragido, o acusado foi preso em Betim no dia 18 de agosto e encaminhado ao Complexo de Xuri, em Vila Velha, no litoral capixaba. Ele foi indiciado por estupro de vulnerável e ameaça enquanto ainda estava foragido. O acusado pode pegar até 15 anos de prisão.
Relembre
A menina contou às autoridades que sofria com abusos desde os 6 anos. Com uma gravidez de 22 semanas, ela já apresentava diabetes, o que colocava sua vida e a do feto em risco. Apesar do quadro e de ser vítima de estupro, a criança precisou ser transferida para Pernambuco para a realização do aborto, depois que um hospital de Vitória não aceitou realizar o procedimento alegando questões técnicas.
A partir daí, a situação ganhou contornos nacionais quando a extremista Sara Giromini divulgou o hospital onde seria realizado o procedimento, além do nome da criança nas redes sociais. A atitude provocou protestos de radicais religiosos na porta da unidade e contra a família da vítima, pressionada contra a realização do aborto.
Após o procedimento ser bem sucedido, a menina pôde realizar o sonho de comer um hamburguer e sua família aceitou participar do Programa de Apoio e Proteção às Testemunhas, Vítimas e Familiares de Vítimas da Violência (Provita), oferecido pelo governo do Espírito Santo, e que prevê apoio como mudança de identidade e de endereço
Além disso, celebridades como o youtuber Felipe Neto, ofeceram ajuda financeira para o tratamento psicológico e no financiamento dos estudos da criança.