Os ministérios da Defesa e das Relações Exteriores informaram ontem (27), que cinco militares venezuelanos desarmados foram localizados na região da terra indígena de São Marcos, nordeste de Roraima, durante uma missão de reconhecimento e patrulhamento nas áreas de fronteira. De acordo com a nota assinada pelos ministérios, o grupo foi conduzido a Boa Vista onde está sendo entrevistado. O governo não informou se os venezuelanos são desertores do exército daquele país e tentavam entrar clandestinamente no Brasil. O ministério da Defesa não informou quando eles serão liberados.
O governo brasileiro faz parte do Grupo de Lima, que pediu a saída de Maduro do poder ainda em abril. Em janeiro deste ano, logo após a posse do presidente Jair Bolsonaro, o Brasil reconheceu como presidente interino do país vizinho Juan Guaidó que, até então, era presidente da Assembleia Nacional venezuelana e o principal nome da oposição ao presidente Nicolás Maduro.
A crise política na Venezuela, marcada pela disputa entre Maduro e Guaidó, é acompanhada de uma crise social. Em 2019, o país enfrentou falta de abastecimento, com falta de alimentos, apagões e uma inflação que chegou a ultrapassar 1 milhão por cento.
No início do ano, as ruas do país foram palco de conflitos entre opositores do governo e os militares. Os conflitos eclodiram em várias partes do país, inclusive na fronteira do país com a Colômbia e com o Brasil.
Na última semana, o ministro das Comunicações da Venezuela, Jorge Rodríguez, acusou o governo brasileiro de participação no ataque a uma base militar, que matou um venezuelano. Pelo Twitter, Rodríguez disse que o Brasil ajudou a colaborar com o treinamento dos autores do ataque. O governo brasileiro negou envolvimento no ataque.