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Eleições 2020

Trump e Biden fazem ataques mútuos no último debate antes das eleições

Trump buscou tirar o foco de seu mandato

23/10/2020 11h27
Por:

Por Itasat

No segundo e último debate antes da eleição americana, Donald Trump e Joe Biden mostraram visões contrastantes sobre os EUA e trocaram acusações sobre a honestidade um do outro. Atrás nas pesquisas de intenção de voto a 12 dias da eleição, Trump buscou tirar o foco de seu mandato, enquanto Biden abordou de forma mais assertiva as questões sobre os negócios do republicano e tentou fazer da noite uma discussão sobre a gestão do atual presidente.

Diferentemente do que ocorreu no encontro anterior entre os dois, o debate correu sem interrupções frequentes ou fortes ataques pessoais. No primeiro debate, Biden chegou a pedir a Trump que calasse a boca. Em uma tentativa de evitar o que ocorreu no primeiro duelo entre os dois candidatos, considerado o mais caótico da história recente dos EUA, republicano e democrata tiveram o microfone silenciado durante os dois minutos iniciais de cada resposta. 

Biden foi firme e manteve a calma mesmo nas acusações contra sua família e buscou mostrar, ao longo do debate, contradições no discurso de Trump, com menções a declarações passadas do presidente. Trump teve uma participação mais moderada do que o habitual, com respeito ao tempo de fala de Biden. Em alguns momentos, Biden ria de forma sarcástica quando Trump fazia agressões pontuais. 

Os dois mostraram visões contrastantes nos outros temas debatidos na noite, como o acesso à saúde, políticas de imigração e meio ambiente. Ao falar sobre proteção ambiental, por exemplo, Biden afirmou que o país tem "obrigação moral de lidar com as mudanças climáticas". "Vamos passar o ponto de não retorno nos próximos oito ou dez anos", disse Biden. Já Trump afirmou que não vai "sacrificar empregos e empresas por causa do Acordo de Paris". No bloco sobre acesso à saúde, Biden prometeu ampliar o sistema conhecido como Obamacare. Já Trump disse que o rival tenta "socializar" o acesso à saúde, ao associar o opositor à esquerda do Partido Democrata. 

O jornal norte-americano New York Times destacou que o tom deste segundo e último debate foi, no geral, mais moderado. Apesar disso, o conflito em questões de substância e visão não poderia ter sido mais dramático, segundo o The New York Times.

Desde os primeiros minutos, os dois candidatos tomaram posições opostas sobre a pandemia do SARS-CoV-2 e Trump prometeu - desafiando as evidências - que a doença está desaparecendo. Biden pediu uma ação federal muito mais agressiva para o "inverno sombrio" que se avizinha.

Para o The New York Times, ambos deram previsões opostas para a pandemia do novo coronavírus e revelaram diferenças irreconciliáveis em questões que vão desde o resgate da economia e fortalecimento do sistema de saúde até o combate às mudanças climáticas e a reformulação do sistema de imigração.

O jornal norte-americano Washington Post também afirmou que o debate foi mais moderado que o anterior e que as visões de mundo são muito diferentes entre os dois candidatos.

Donald Trump tentou mostrar Joe Biden como um político atormentado por escândalos que falhou durante décadas na política, e Biden tentou retratar Trump como um demagogo que abusou criminosamente dos imigrantes e lidou mal com a pandemia do novo coronavírus.

As constantes interrupções do primeiro debate, escreve o Washington Post, foram substituídas por um contraste mais claro entre as suas visões conflitantes sobre o país e a trocas de ataques mais definidas.

Quando Trump tentou acusar Biden de ganhar dinheiro com a China, o ex-vice-presidente de Barack Obama lembrou que o chefe de Estado não divulgou as suas declarações de impostos, apesar das promessas de fazê-lo.

Imigração

Segundo o Washington Post, um dos momentos mais quentes da noite concentrou-se na política de Trump,de separar as crianças imigrantes de suas famílias na fronteira.

O portal na internet do jornal mexicano La Crónica destacou também como o momento mais dramático da noite a questão da política migratória, que afeta diretamente o México, que faz fronteira com os Estados Unidos e por onde entra grande parte dos imigrantes.

Na hora do debate sobre a política de imigração, Biden não perdeu a oportunidade de acusar o seu rival com a notícia recente sobre as 545 crianças que foram separadas de seus pais migrantes, há cerca de dois e três anos, cujos pais ainda não puderam ser localizado para reagrupamento familiar ordenado pela Justiça.

O jornal mexicano também lembrou a tentativa de Trump de fugir à responsabilidade pela crise de saúde causada pela pandemia do SARS-CoV-2.

O presidente dos EUA, Donald Trump, e o democrata Joe Biden ofereceram visões fortemente contrastantes sobre a pandemia do novo coronavírus, buscando persuadir os poucos eleitores indecisos 12 dias antes da eleição de 3 de novembro, segundo o diário mexicano.

Para o jornal canadense Toronto Sun, Trump adotou um tom mais contido do que durante o caótico primeiro debate presidencial em setembro, quando interrompeu Biden repetidamente.

Mas, segundo o diário, o confronto de ontem ainda apresentou muitos ataques pessoais entre dois homens que demonstram pouco respeito um pelo outro e Trump continuou a levantar acusações de corrupção infundadas sobre Biden e sua família.

O Toronto Sun disse que os candidatos entraram em confronto sobre saúde, relação com a China e - após meses de protestos antirracismo - relações raciais, com Biden afirmando que Trump foi "um dos presidentes mais racistas" da história.

O jornal francês Le Monde disse que o debate presidencial não viu um, mas uma vencedora, a moderadora Kristen Welker, da televisão NBC, que conseguiu controlar os candidatos.

Desta vez, segundo o Le Monde, os eleitores puderam ouvir os dois candidatos, que se opõem em praticamente todas as questões, apresentando suas ideias, sua visão dos Estados Unidos, mas também as críticas ao adversário, de maneira ordenada e inteligível.

Para o Le Monde, o candidato democrata, favorito nas sondagens, soube resistir ao bom desempenho de Trump neste encontro mais pacífico que o anterior, em que a crise do novo coronavírus, a imigração, o racismo, a economia norte-americana foram os pontos principais do debate.

Já o jornal britânico The Guardian sublinhou que a noite em Nashville começou com relativa calma, com os rivais apresentando os seus argumentos finais à nação, em plena pandemia que matou mais de 220 mil norte-americanos e infectou outros milhões, incluindo o presidente Donald Trump.

A eleição presidencial norte-americana será realizada no dia 3 de novembro.