Por Itasat
As notícias divulgadas nos últimos dias mostram uma série de ataques raciais e o que está nas notícias já se nota também nos dados oficiais.
Aqui em Minas, os números mostram um aumento substancial do registro de crimes de preconceito racial. De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), a média mensal desse tipo de registro passou de oito, no ano passado, para 12 neste ano.
De janeiro a outubro de 2019, foram 83 casos, número que subiu para 124 no mesmo período de 2020.
Apesar do crescimento dos registros, os dados ainda não refletem o cenário atual. Há muita subnotificação, o que faz com que não conhecemos de fato qual é a nossa realidade.
Para o presidente da Comissão de Promoção da Igualdade racial da OAB Minas, Gilberto Silva, o aumento nos casos está relacionado ao racismo estrutural e à sensação de impunidade.
"O aumento nos casos de racismo vêm por uma série de questões, mas sobretudo devido ao racismo estrutural. O Brasil é um país colonialista, com pensamento eurocêntrico. Isso faz com que as pessoas não negras se sintam superiores às pessoas negras. Outra questão é a sensação de impunidade, a certeza de uma legislação frágil em que as pessoas não serão punidas quando cometem isso. Ainda mais incentivados por autoridades que seguem negando o racismo no Brasil", afirma.